SÃO PAULO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para apenas 0,2 por cento em 2017, sobre a expansão de 0,5 por cento prevista em outubro, segundo relatório divulgado neste segunda-feira.
O cenário de praticamente estagnação neste ano vem, segundo o FMI, devido ao desempenho pior que o esperado em 2016. Para 2018, o fundo manteve a projeção de avanço da economia brasileira em 1,5 por cento.
O desempenho do Brasil, que há dois anos passa por recessão, deste ano está abaixo do previsto para a América Latina e Caribe como um todo, cuja previsão é de avanço de 1,2 por cento. A projeção de outubro do ano passado era de alta de 1,6 por cento.
Em 2018, a região deve avançar 2,1 por cento, ante 2,2 projetado anteriormente.
Segundo o FMI, a piora na expectativa de crescimento na América Latina "reflete, em certa medida, expectativa de recuperação mais fraca no curto prazo da Argentina e do Brasil, após desempenhos de crescimento mais baixos do que esperados no segundo semestre de 2016".
O FMI também cita condições financeiras mais apertadas dos Estados Unidos, incerteza com relação ao México e a deterioração contínua na Venezuela como fatores de piora para a região.
A previsão do FMI para a economia brasileira é mais pessimista do que mostra o relatório Focus, do Banco Central. Nele, os analistas consultados esperam avanço para o PIB de 0,5 por cento em 2017 e de 2,2 por cento em 2018.
No caso do México, o Fundo estima avanço do PIB de 1,7 por cento em 2017 e de 2,0 por cento em 2018. Para os dois anos, houve uma redução na projeção de 0,6 ponto percentual.
A economia mexicana deve ser fortemente afetada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que já mostrou que quer revisar acordos comerciais e construir um muro na fronteira entre os dois países.
O FMI também manteve suas previsões de crescimento global em relação a outubro, a 3,4 por cento para 2017 e 3,6 por cento para 2018, acima dos 3,1 por cento em 2016, o ano mais fraco desde a crise financeira de 2008 e 2009.
(Por Luiz Guilherme Gerbelli)