A Black Friday chegou! Não perca até 60% de DESCONTO InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Temer autoriza Forças Armadas nas ruas de Natal; presos travam batalha em presídio

Publicado 19.01.2017, 15:40
© Reuters. Presos de facções rivais entram em confronto na prisão de Alcaçuz em Natal

Por Pedro Fonseca e Maria Carolina Marcello

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) - Presos de facções rivais travaram um confronto na área externa do presídio de Alcaçuz, na Grande Natal, nesta quinta-feira, e o presidente Michel Temer decidiu autorizar o uso das Forças Armadas para reforçar a segurança nas ruas da capital do Rio Grande do Norte depois que diversos ônibus foram incendiados, em um agravamento da crise de violência.

"Após pedido do governador do Rio Grande do Norte, autorizei o uso das Forças Armadas para reforçar a segurança nas ruas de Natal", escreveu Temer no Twitter, em referência à solicitação apresentada mais cedo pelo governador potiguar, Robinson Faria (PSD).

De acordo com a Presidência da República, Temer determinou que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, faça o planejamento para que os militares atuem na segurança da capital do RN. O governador já havia pedido a presença das Forças Armadas para atuar em revistas dentro de presídios, após Temer anunciar nesta semana que disponibilizaria os militares para esta função.

O anúncio de envio dos militares foi feito horas após uma batalha campal entre presos de facções rivais com armas improvisadas com paus e pedras no presídio de Alcaçuz, onde 26 presos foram mortos no fim de semana.

Imagens ao vivo transmitidas pela TV durante a manhã mostraram centenas de presos de duas facções criminosas rivais, divididos em dois grupos através de barricadas, jogando objetos uns contra os outros, em meio a uma intensa correria, enquanto policiais disparavam bombas de fumaça do alto, inclusive com uso de um helicóptero.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, o confronto entre as facções rivais deixou um número ainda desconhecido de feridos, mas até o momento não havia confirmação de mais mortes.

O presídio de Alcaçuz foi alvo de um massacre no fim de semana em que 26 pessoas morreram, e desde então os presos das facções rivais vivem sob clima de tensão no interior do presídio. Na quarta-feira, o batalhão de choque da polícia do Rio Grande do Norte entrou no local para transferir alguns detentos.

Também houve violência fora do presídio, com ataques a diversos ônibus nas ruas de Natal. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 27 incêndios a veículos, entre ataques consumados e princípios de fogo que foram controlados.

Diante da situação, Temer pediu ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e aos ministros da Justiça e da Defesa que elaborassem um diagnóstico da situação de segurança no Estado.

De acordo com o ministro da Defesa, há informações de que houve uma fuga de presos que "estaria levando a muita instabilidade e temor" nos moradores de Natal.

"Em razão disso, ele (Temer) nos pede que façamos um levantamento para levar a ele, e então nos reunirmos com ele a respeito dessa situação", disse Jungmann a repórteres durante viagem a Vilhena, em Rondônia.

OUTRA REBELIÃO NO RN

Também no Rio Grande do Norte, detentos de um outro presídio na cidade de Caicó se rebelaram na noite de quarta-feira, deixando ao menos um preso morto e cinco feridos em consequência da briga entre facções criminosas rivais.

Presos queimaram colchões e destelharam parte de um pavilhão antes de serem contidos por agentes da Penitenciária Estadual de Seridó, conhecida como Pereirão, na cidade localizada a cerca de 280 quilômetros da capital Natal, segundo a assessoria de comunicação da secretaria.

© Reuters. Presos de facções rivais entram em confronto na prisão de Alcaçuz em Natal

As mortes no Rio Grande do Norte são mais um episódio da crise do sistema prisional brasileiro, iniciada no primeiro dia de 2017 quando 56 pessoas foram mortas em um presídio de Manaus também em um confronto entre integrantes de diferentes facções criminosas.

Desde o início do ano são mais de 130 presos mortos no país em decorrência da guerra deflagrada entre as facções rivais Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho, esta última com grupos aliados nas regiões Norte e Nordeste.

Em resposta à crise, que o governo reconheceu ter ganhado "contornos nacionais", Temer colocou as Forças Armadas à disposição dos Estados para atuarem em inspeções dentro das cadeias para a apreensão de materiais proibidos, como armas, telefones celulares e drogas.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.