Nova York, 18 abr (EFE).- As ações da companhia petrolífera YPF negociadas na Bolsa de Nova York perdiam nesta quarta-feira mais de um quarto de seu valor (26,62%), prejudicada ainda pela decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, de expropriar 51% do patrimônio da empresa, controlada pela espanhola Repsol.
Pouco antes do meio da sessão em Wall Street, os American Depositary Receipts (ADR), instrumentos financeiros exigidos das entidades estrangeiras para inscrever suas ações em Wall Street, da YPF recuavam US$ 5,19, valiam US$ 14,31 cada.
Neste ano, os ADRs perderam 55,88% de seu valor na Bolsa de Nova York, nos últimos 12 meses a queda acumulada é de 65,24%.
As perdas desta quarta no pregão nova-iorquino ocorreram um dia depois de a agência Moody's rebaixasse a nota da companhia petrolífera argentina após o anúncio do Governo argentino da nacionalização parcial da empresa.
A agência de medição de risco desceu a classificação da YPF em escala global e moeda local para "B3" a partir de "Ba3", ambos em território de "bônus lixo", e a classificação em escala nacional para "Baa3" a partir de "Aa2".
Moody's situou nesta quarta a companhia petrolífera espanhola Repsol em perspectiva negativa para possível rebaixamento de sua classificação, que atualmente é de "Baa2", depois do anúncio de desapropriação.
A partir de Buenos Aires, o Governo argentino afirmou hoje que a intervenção estatal na YPF garantirá os postos dos trabalhadores da companhia e pediu ao elenco colaboração para o "normal e eficiente desenvolvimento" de suas atividades.
Além disso, a intervenção estatal na companhia petrolífera YPF iniciou uma auditoria da empresa e decidiu aumentar a produção, entre outras medidas dentro do processo de sua desapropriação da Repsol.
Pelo segundo dia consecutivo, o Senado argentino, controlado pelo Governo, analisava nas comissões o projeto governamental para a desapropriação.
No outro lado do Atlântico, em Madri, o Governo espanhol quer que do próximo Conselho de Ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) saia uma resolução que leve perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) as práticas da Argentina.
As autoridades espanholas também trabalham em um pacote de medidas em energia, indústria e comércio - que previsivelmente serão aprovadas nesta sexta-feira - como resposta à decisão do Governo argentino de iniciar a desapropriação da YPF.
Por enquanto, a Comissão Europeia cancelou as reuniões que sua delegação devia manter na próxima semana com empresários da Argentina para fomentar os investimentos mútuos por falta de clima adequado após o anúncio da desapropriação.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, ordenou nesta segunda-feira a intervenção imediata da companhia petrolífera YPF e enviou ao Congresso o projeto de lei para expropriar 51% das ações da companhia em mãos da Repsol. EFE