Por Susan Heavey e Jeff Mason
WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dissolveu nesta quarta-feira dois conselhos empresariais depois que CEOs de diferentes companhias renunciaram em protesto pelas declarações de Trump culpando não apenas supremacistas brancos, mas também manifestantes opostos a eles, pela violência em Charlottesville, na Virgínia.
Diversos políticos de destaque do Partido Republicano, o mesmo de Trump, e o aliado Reino Unido criticaram Trump após seus comentários de terça-feira sobre a violência de sábado, que lançaram seu governo de sete meses em mais uma polêmica e paralisaram sua agenda política.
Trump anunciou o fim dos conselhos depois que Inge Thulin, da 3M, se tornou o mais recente presidente-executivo de uma empresa a deixar o Conselho Americano de Manufatura, enquanto o Fórum Político e Estratégico do presidente foi encerrado por ele próprio.
"Em vez de colocar pressão nos empresários do Conselho de Manufatura e no Fórum de Política e Estratégia, estou acabando com ambos", escreveu Trump no Twitter.
O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, o governador de Ohio, John Kasich, o senador Lindsey Graham, e os ex-presidentes dos EUA George H.W. Bush e George W. Bush, entre outros, criticaram as declarações de Trump, que acirraram ainda mais as divisões dentro do Partido Republicano, que controla as duas Casas do Congresso, além da Casa Branca.
Um ex-funcionário do governo Trump cogitou a possibilidade de alguns integrantes da Casa Branca deixarem seus cargos devido aos comentários do presidente.
As declarações de Trump na terça-feira foram mais veementes que sua resposta inicial à violência de sábado em uma manifestação de supremacistas brancos.
Em uma entrevista coletiva acalorada em Nova York, o presidente disse que "há culpa em ambos os lados" pela violência em Charlottesville, e que há "pessoas muito boas" de ambos os lados.
Trump vem enfrentando uma avalanche de críticas desde sua resposta inicial aos episódios de violência de sábado. O problema surgiu depois que centenas de nacionalistas brancos convergiram em Charlottesville para protestar contra planos de remover uma estátua do general Robert E. Lee, comandante do Exército confederado pró-escravidão na Guerra Civil dos EUA.
As brigas de rua explodiram quando os nacionalistas brancos encontraram com manifestantes contra o racismo. Um carro foi lançado contra o grupo antirracismo, matando uma mulher e ferindo outras 19 pessoas.