Por John Irish
PARIS (Reuters) - Os Estados Unidos e Israel anunciaram nesta quinta-feira que deixarão a Unesco, agência de educação e cultura da ONU, em consequência do que o governo norte-americano afirmou ser um viés anti-israelense por parte da organização.
A saída dos Estados Unidos, que são responsáveis por fornecer um quinto do financiamento da Unesco, representa um grande golpe para a organização sediada em Paris, que foi fundada depois da 2ª Guerra Mundial para ajudar a proteger patrimônios culturais e naturais em todo mundo.
A Unesco é conhecida principalmente por designar os locais considerados Patrimônios Mundiais, como a cidade histórica síria de Palmira e o Parque Nacional do Grand Canyon, nos Estados Unidos.
Essa decisão não foi tomada facilmente, e reflete as preocupações dos EUA com crescentes contas atrasadas na Unesco, a necessidade de reformas fundamentais na organização e o contínuo viés anti-Israel", disse a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Heather Nauert em comunicado.
Horas depois, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel também deixará a organização, e chamou a decisão dos EUA de "corajosa e moral".
A Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lamentou a decisão dos EUA.
"Após receber notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, sr. Rex Tillerson, como diretora-geral da Unesco eu quero expressar meu profundo lamento com a decisão dos Estados Unidos da América de se retiraram da Unesco", disse a diretora-geral da agência, Irina Bokova, em comunicado.
A diretora-geral acrescentou que a decisão dos EUA representa uma perda para o multilateralismo e para a família ONU.
Os Estados Unidos já haviam cancelado em 2011 sua substancial contribuição financeira para a Unesco em protesto contra decisão da agência de conceder ao palestinos o status de membros plenos.
Os EUA e Israel estão entre os apenas 14 de 194 países membros da organização que votaram contra a admissão dos palestinos. O governo norte-americano não paga seus 80 milhões de dólares anuais desde então, o que significa uma conta acumulada que supera os 500 milhões de dólares.
Apesar de Washington apoiar um futuro Estado palestino independente, o governo dos EUA diz que são necessárias negociações de paz para a sua formação, e considera prejudicial ao processo que organizações internacionais admitam os palestinos antes da conclusão das negociações.
(Reportagem de Susan Heavey e Sudip Kar-Gupta) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20171012T193213+0000