Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a sexta-feira em queda ante o real, com algum fluxo de entrada, em sintonia com a trajetória da moeda sobre outras divisas de países emergentes e mesmo após o rating do Brasil ter sido rebaixado por mais uma agência de classificação de risco.
O dólar recuou 0,21 por cento, a 3,2417 reais na venda, acumulando, na semana, alta de 0,63 por cento. O dólar futuro tinha queda de 0,31 por cento.
Na máxima, a moeda foi a 3,2520 reais, depois que a Fitch rebaixou a nota brasileira para BB-, de BB (SA:BBAS3), citando a situação fiscal do país, o que chamou de "importante retrocesso" na agenda de reformas após o governo do presidente Michel Temer desistir de votar a reforma da Previdência. A moeda, no entanto, logo voltou à trajetória anterior.
"A Fitch bateu e assoprou. Piorou o rating, mas melhorou a perspectiva", disse um operador de uma corretora local ao citar que a perspectiva do rating brasileiro mudou de negativa para estável pelo olhar da Fitch.
No geral, o rebaixamento já era esperado após a suspensão da votação da reforma da Previdência pelo governo e também depois que a Standard & Poor's cortou a nota brasileira em janeiro.
No exterior, o dólar tinha pequena alta ante uma cesta de moedas e operava em baixa ante a maioria das divisas de países emergentes, como os pesos mexicano, chileno e colombiano.
O euro, por sua vez, caía frente ao dólar e caminhava para registrar a segunda maior perda semanal em quase quatro meses, uma vez que os investidores reduziam posições antes de uma grande semana para os mercados globais da perspectiva da política europeia.
O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de março. Desta forma, já rolou 5,225 bilhões de dólares do total de 6,154 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.
Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora.