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Países europeus planejam reconhecer Estado palestino, diz embaixador francês

Publicado 21.04.2011, 20:54

Nações Unidas, 21 abr (EFE).- A França e os demais países europeus pretendem reconhecer formalmente um Estado palestino como medida para impulsionar o processo de paz no Oriente Médio, afirmou nesta quinta-feira em um debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas o embaixador francês perante o órgão, Gérard Araud.

"O reconhecimento do Estado da Palestina é uma das opções que a França avalia com seus aliados europeus como forma de criar um horizonte político a fim de reapresentar o processo de paz", disse Araud.

A pressão internacional existente para que israelenses e palestinos voltem à mesa de negociações era evidente na reunião do órgão da ONU.

Araud, que destacou o compromisso da França com a segurança de Israel, explicou que, se o seu país e as demais nações europeias tomarem essa decisão, esse passo "deve favorecer a retomada das negociações com base em parâmetros internacionais bem conhecidos".

Enquanto o embaixador discursava no Conselho de Segurança, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, manifestou em Paris seu apoio às iniciativas do presidente palestino, Mahmoud Abbas, para acabar com a divisão atual entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e, além disso, à formação de um Governo de tecnocratas que prepare as eleições gerais.

Na reunião desta quinta, o subsecretário da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, fez o mesmo pedido à comunidade internacional e a convidou a apoiar Abbas e o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, para que retomem as negociações com uma voz única palestina.

O diplomata americano pediu apoio ativo para superar "o ponto morto em que estão as conversas de paz" desde setembro de 2010. Pascoe alertou que a situação na zona é complicada devido aos numerosos incidentes violentos no último mês - ataques de milícias palestinas contra Israel em Gaza e a retaliação israelense.

Pascoe ressaltou que a comunidade internacional deve ajudar as partes a avançar no processo, e afirmou que a ONU continuará trabalhando dentro do Quarteto para o Oriente Médio - formado por Estados Unidos, União Européia (UE), ONU e Rússia - para organizar uma reunião o mais rápido possível.

A necessidade de que as negociações sejam retomadas marcou a maior parte dos discursos pronunciados em um debate no qual participaram mais de 40 delegações, alguns com pedidos para que os EUA recuperem a liderança nos esforços para avançar no processo.

O embaixador de Israel perante a ONU, Meron Reuben, reiterou que "a paz só é possível através de negociações diretas e não pode ser imposta de fora".

"Qualquer acordo de paz deve ser construído com base nos princípios básicos de mútuo reconhecimento e segurança", afirmou Reuben, que justificou as últimas atuações militares de seu país como atos de legítima defesa, e pediu ao Conselho de Segurança que ofereça "soluções (ao conflito), e não resoluções".

Já a embaixadora dos EUA perante a ONU, Susan Rice, ressaltou que "as negociações entre as partes continuam sendo o único caminho para resolver todos os problemas e estabelecer um Estado palestino soberano ao lado de um Israel seguro".

Susan pediu aos responsáveis da ANP que continuem trabalhando para que "as conversas de paz possam avançar e resultem na criação de um Estado palestino".

O representante palestino perante a ONU, Riad Mansur, pediu em discurso que, para avançar no processo, seja promovida "uma forte liderança dos membros do Quarteto, inclusive os EUA, levando em conta o papel que exerceram no processo de paz". EFE

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