(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que os novos pesticidas aprovados pelo governo recentemente serão utilizados para substituir produtos antigos, uma forma de a agricultura do Brasil, grande exportador commodities agrícolas, manter a sua competitividade, com insumos mais eficientes.
Ela ainda destacou que é impossível o Brasil alimentar o mundo sem utilizar agrotóxicos.
"Se nós estivéssemos envenenando nossos produtos, o mundo não os compraria. É simples. Nós somos um país que menos usa agrotóxico na agricultura. Por que novos agrotóxicos? Para substituir os anteriores... Usa-se menos, inclusive", disse Bolsonaro em entrevista coletiva ao sair do Palácio da Alvorada.
Ele ressaltou que não é possível fazer a agricultura em larga escala sem o uso de fungicidas, inseticidas e herbicidas.
"Eu estive ontem numa planta lá em Itapira (SP) onde sete novos produtos para combater o câncer estão sendo pesquisados. A mesma coisa o pessoal faz na Embrapa e em outros órgãos com novas coisas para combater as pragas. Nós não temos, hoje, como alimentar o mundo sem isso. É muito bacana o cara falar em alimento natural sem agrotóxico, mas não tem como alimentar o mundo", acrescentou.
O presidente defendeu o uso dos pesticidas no momento em que o Brasil enfrenta crescentes críticas, particularmente no exterior, devido a questões ambientais no âmbito da produção agropecuária, como desmatamento.
Dados do governo mostraram que o desmatamento na Amazônia cresceu neste ano, à medida que Bolsonaro vem defendendo o desenvolvimento econômico da região e minimizando questões relacionadas à preservação.
Na segunda-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse, em resposta a críticas de ambientalistas, que a recente aceleração pelo governo de aprovações de pesticidas não é prejudicial para a segurança alimentar e nem para o meio ambiente.
O Brasil, maior exportador global de uma ampla gama de produtos alimentícios, como açúcar, café e carne bovina, não irá comprometer a segurança alimentar e nem o meio ambiente ao permitir o uso de mais pesticidas, disse a ministra.
IMPOSTOS
Bolsonaro também reiterou na entrevista nesta manhã ser contra a criação de qualquer novo imposto, e defendeu a diminuição da carga tributária. O presidente disse que deve assinar ainda nesta semana decreto para reduzir impostos sobre jogos eletrônicos.
Segundo o presidente, o que foi "possível fazer" após consultar a equipe econômica foi passar as faixas de impostos de 20% a 50% para 15% a 40%.
"É um pequeno recuo, vamos deixar esse dinheiro, em vez de ir para o governo, ficar na mão do povo. Essa que é a intenção, é diminuir a carga tributária", disse.
Levantamento feio pelo Ministério da Economia a pedido de Bolsonaro apontou perda de mais de 50 milhões de reais até 2021 com a diminuição de alíquotas do Imposto sobre Produtos Industriados (IPI) sobre os jogos eletrônicos, segundo texto visto pela Reuters.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)