Por Yew Lun Tian e Ahmad Ghaddar e Olesya Astakhova
PEQUIM (Reuters) - A China, maior importadora de petróleo do mundo, não se comprometeu sobre suas intenções de liberar petróleo de suas reservas conforme solicitado por Washington, enquanto fontes da Opep disseram que a ação dos Estados Unidos não fez o grupo produtor mudar de rumo.
Na quarta-feira, um porta-voz do governo chinês afirmou que o país liberaria as reservas de acordo com suas necessidades.
Na terça-feira, o governo do presidente norte-americano Joe Biden anunciou planos para liberar milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas em coordenação com outras grandes nações consumidoras, incluindo China, Índia e Japão, para tentar reduzir os preços.
Os EUA assumiram o maior compromisso para liberação de reservas de 50 milhões de barris de vendas pré-aprovadas junto com empréstimos ao mercado, mas sem a China a ação teria menos impacto.
Não houve nenhum anúncio adicional de Pequim na quinta-feira, depois que a China disse na quarta-feira que estava trabalhando na liberação de suas próprias reservas, confirmando notícia da Reuters na semana passada de que a China liberaria petróleo de acordo com suas necessidades.
Na terça-feira, Biden disse em uma entrevista coletiva que a China "pode fazer mais".
Rumores de ação coordenada baixaram os preços do petróleo antes do anúncio dos EUA, mas o mercado internacional subiu mais de 3% na terça-feira, quando Washington confirmou que vai mexer em sua reserva estratégica e o mercado não teve clareza sobre as intenções da China.
O mercado também está ansioso para ver o próximo movimento da Opep, já que o anúncio de Washington gerou especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como Opep+, poderiam reagir.
No entanto, três fontes disseram à Reuters que o grupo não estava considerando interromper seu acordo atual para aumentar a produção em 400.000 barris por dia todos os meses, uma taxa considerada muito lenta por alguns países consumidores.
A Opep+, que inclui Arábia Saudita e outros aliados dos EUA no Golfo, bem como a Rússia, se reúne novamente em 2 de dezembro para discutir a política.
(Reportagem de Yew Lun Tian em Pequim, Ahmad Ghaddar e Noah Browning em Londres, Olesya Astakhova em Moscou; reportagem adicional de Timothy Gardner e Alexandra Alper em Washington, Arathy S Nair e Florence Tan em Cingapura)