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CNA diz que governo investiga altas abusivas de insumos agrícolas

Publicado 08.12.2021, 16:45
Atualizado 08.12.2021, 20:31
© Reuters. Lavoura de milho com irrigação
1/04/2018
 REUTERS/Marcelo Rodrigues Teixeira

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Justiça está investigando altas consideradas abusivas de preços de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, disse nesta quarta-feira um representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que cita os custos maiores entre os principais desafios para o setor em 2022.

Segundo o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, a confederação tem discutido o tema com os ministérios da Justiça, Agricultura e Economia, para tentar barrar aumentos "abusivos dos preços que algumas revendas podem estar praticando".

"Muitos produtores já tinham fechado o contrato e não receberam o produto, mas se ele pagar xis, muito além do combinado, o produto aparece", disse Lucchi, durante evento para analisar o cenário do setor para o próximo ano.

"Temos relatado estes pontos, o Ministério da Justiça está encaminhando a investigação com as grandes agroindústrias, para coibir essa prática abusiva de elevação de preços", afirmou.

Ele também citou outras ações que visam reduzir o impacto de custos mais altos dos insumos, os quais o Brasil importa grande parte.

Os preços de defensivos e fertilizantes têm subido pelo câmbio e por problemas de oferta global, uma vez que alguns países produtores estão reservando insumos para uso doméstico.

Entre as ações para melhorar a oferta, o diretor técnico citou o encaminhamento de um projeto de lei para que o produtor possa importar diretamente defensivos do Mercosul.

Essa alternativa se abriu porque países como Argentina e Uruguai não têm tido tanta demanda como o Brasil, em função do forte crescimento da agricultura nacional.

Segundo o presidente da CNA, João Martins, o setor também tem sido pressionado por custo de energia e transporte, devido à alta dos combustíveis.

"Todos esses ingredientes fizeram com que os preços dos alimentos fossem elevados, mas não deixamos de produzir e colocar na mesa do brasileiro o essencial", comentou ele, durante o evento.

CRESCIMENTO DO PIB

O Produto Interno Bruto do agronegócio do Brasil deve crescer em ritmo mais lento em 2022 em meio a custos mais altos que achatam margens de agricultores, estimou ainda nesta quarta-feira a CNA, apontando alta entre 3% e 5% para o PIB no ano que vem.

Segundo o estudo, realizado juntamente com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o PIB do agronegócio deve fechar 2021 com expansão de 9,37% em relação a 2020.

A maior organização agrícola do Brasil afirmou que, mesmo com a elevação dos preços de commodities e o aumento de produção de algumas culturas, a alta dos custos de produção deve achatar a margem de lucro do produtor rural de maneira geral.

A CNA também citou alguns fatores que devem determinar o comportamento da safra 2021/2022 no Brasil e precisam ser acompanhados de perto no próximo ano, como a questão da logística e a oferta de insumos --boa parte da matéria-prima dos fertilizantes é importada, e há preocupações com a escassez de adubos no mundo, além da alta do preço.

A confederação ainda citou atenção para o desenvolvimento do fenômeno climático La Niña.

Mesmo assim, a CNA projeta uma safra de grãos em volume recorde de 289 milhões de toneladas em 2022, alta de 14% ante 2021, em meio à expectativa de recuperação da produção de milho, fortemente afetada pela seca e geadas em 2021.

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária deve somar 1,25 trilhão de reais em 2022, crescimento de 4,2% ante 2021, segundo o levantamento.

"Culturas como café, milho e trigo devem ter produções maiores, e cana-de-açúcar, café e algodão deve ter elevação nos preços. Por outro lado, soja, carne bovina e arroz devem sofrer quedas no VBP no próximo ano", disse a CNA.

© Reuters. Lavoura de milho com irrigação
1/04/2018
 REUTERS/Marcelo Rodrigues Teixeira

CHINA

Sobre o embargo chinês à carne bovina do Brasil, devido a dois casos atípicos de doença conhecida como "mal da vaca louca" --atípicos ocorrem em gado mais velho, sem risco de contaminação--, não há justificativa sanitária, defendeu o presidente da CNA.

"Não foi problema sanitário, ao contrário... Eles sabem disso. Foi uma jogada de mercado", afirmou Martins, apontando o que considera ser o verdadeiro motivo da suspensão de compras.

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