Berlim, 27 fev (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou claramente nesta segunda-feira as declarações de seu ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, quem declarou que a Grécia teria mais possibilidade de se recuperar economicamente fora da zona do euro.
O porta-voz do Executivo, Steffen Seibert, afirmou à imprensa que "a questão decisiva" hoje é que o Gabinete conseguiu chegar a uma posição e o Bundestag (Parlamento federal) votar na tarde desta segunda o apoio ao segundo aporte de ajuda à Grécia.
"Merkel não concorda com essa avaliação", afirmou o porta-voz, que destacou que o objetivo do Governo alemão é "estabilizar a Grécia dentro da zona do euro".
Já o porta-voz do Ministério do Interior, Markus Beyer, tentou explicar que nas declarações de Friedrich divulgadas neste fim de semana pela revista "Der Spiegel", o ministro expressou apenas sua opinião pessoal.
Beyer reconheceu que na coalizão do Governo, composta pelos democratas-cristãos de Merkel, os cristãos-sociais bávaros - aos quais pertence Friedrich - e os liberais, houve um "debate" sobre o novo resgate à Grécia.
Seibert acrescentou que o Governo tem uma única posição, um "caminho que não está isento de riscos", mas é o "correto".
Friedrich alegou em declarações publicadas pela "Der Spiegel" que a Grécia teria mais chance de se recuperar fora da zona do euro. O ministro não falou em "expulsar" o país, mas em criar mecanismos para "estimulá-lo" a abandonar a união monetária.
"Fora da união monetária, a Grécia teria maiores condições de se restabelecer e ser mais competitiva do que dentro da zona do euro", apontou Friedrich, segundo a publicação alemã.
O ministro se tornou o primeiro membro do Governo de Merkel a favorecer essa possibilidade, o que ocorreu na véspera da votação no Bundestag. EFE