Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Evitar a disseminação da broca-do-café e avançar com a colheita mesmo diante da escassez de mão de obra são os principais desafios enfrentados pelos produtores de café da Colômbia no restante da safra 2020, disse o presidente da federação de cafeicultores do país.
Os dois meses de quarentena devido ao coronavírus na Colômbia, maior produtora de café arábica lavado do mundo, dificultaram a busca por pessoas para realização da colheita, mesmo que agricultores estejam isentos do lockdown.
A produção recuou nos quatro primeiros meses do ano por causa da falta de chuvas, que atrasou a florada. As precipitações abaixo da média também impulsionaram as infestações por brocas-do-café.
"A broca tem sido e continuará sendo um fator de distorção, além de uma dor de cabeça neste ano", disse à Reuters o presidente da federação, Roberto Vélez, na noite de quarta-feira. "Com a escassez de mão de obra, certamente haverá uma maior queda de café e isso gera um potencial aumento nos níveis da broca."
A federação apelou para que produtores não deixem de colher frutos maduros e não permitam que os frutos se acumulem sob os pés. Até este momento, a broca afetou cerca de 6% da safra, ante 3% no ano passado.
Os cafeicultores colombianos já enfrentavam uma persistente falta de mão de obra, à medida que os jovens se mudam para as cidades e evitam o trabalho pesado no campo. Com as medidas de restrição devido ao coronavírus, a tarefa de encontrar trabalhadores ficou ainda mais difícil.
Vélez projetou que a produção de café do país deverá cair para cerca de 14 milhões de sacas de 60 quilos neste ano, após um recorde de 14,8 milhões de sacas em 2019.