Por Devika Krishna Kumar
NOVA YORK (Reuters) - A Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento da demanda global por petróleo neste ano em 310 mil barris por dia (bpd), em meio a uma epidemia de coronavírus que tem impactado o consumo de petróleo na China, segunda maior economia global.
A agência do governo dos Estados Unidos cortou a estimativa para a demanda global em 2020 para 101,74 milhões de toneladas, um crescimento de 1,03 milhão de bpd.
Após mais de mil mortes e semanas de incerteza que agitaram os mercados financeiros globais e levantaram temores de uma desaceleração no crescimento econômico, o principal assessor médico da China em relação à epidemia disse que as infecções podem acabar em abril.
"A AIE espera que restrições a viagens em resposta ao coronavírus, junto com a desaceleração econômica associada na China, devem reduzir a demanda por petróleo e manter os preços do petróleo abaixo dos 60 dólares por barril no primeiro semestre deste ano", disse a administradora da AIE, Linda Capuano.
Os preços do petróleo atingiram mínima de 13 meses nesta semana, com o Brent, referência global, recuando para cerca de 53 dólares o barril devido a preocupações com uma potencial destruição da demanda pela commodity.
A redução na projeção de crescimento da demanda global também reflete temperaturas mais quentes que o normal em janeiro em grande parte do hemisfério norte, disse a AIE.
Por outro lado, a AIE reduziu sua previsão de crescimento para a produção de petróleo dos EUA, que se tornaram o maior produtor global ao ultrapassar a Arábia Saudita e a Rússia.
A produção dos EUA deve crescer em 960 mil bpd em 2020, para um recorde de 13,2 milhões de bpd, ante previsão anterior da AIE de expansão de 1,06 milhão de bpd. Em 2021, ela deve crescer em 360 mil bpd, para 13,56 milhões de bpd.