Por David Stanway
CINGAPURA (Reuters) - O resultado da eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos terá grande peso nas conversas em Pequim, nesta semana, entre o enviado climático dos EUA, John Podesta, e seu correspondente chinês, Liu Zhenmin, disseram especialistas nesta quarta-feira.
A cooperação entre os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo ajudou a pavimentar o caminho para grandes acordos climáticos, como o Acordo de Paris de 2015, mas o risco de eleição do ex-presidente Donald Trump pode dificultar novas promessas.
"A eleição tornará muito difícil -- de fato, impossível -- que os dois lados cheguem a qualquer acordo substancial durante a viagem de Podesta", disse Li Shuo, especialista em diplomacia climática do Instituto Asia Society Policy.
"Não há nenhuma razão para que a China mostre suas cartas antes das eleições."
Com a chegada de Podesta a Pequim nesta quarta-feira, os Estados Unidos também esperam pressionar a China a contribuir para um novo pacote global de financiamento climático e estabelecer metas mais ambiciosas para 2035 antes do prazo final da Organização das Nações Unidas ONU no início do próximo ano.
O Ministério das Relações Exteriores da China não quis comentar sobre a visita.
Durante o primeiro mandato de Trump, a partir de 2017, os Estados Unidos encerraram negociações climáticas com a China e se retiraram do Acordo de Paris. Embora tenham voltado a participar em 2021, espera-se que Trump se retire novamente se vencer em novembro a candidata democrata e atual vice-presidente Kamala Harris.
(Reportagem de David Stanway; Reportagem adicional de Colleen Howe, em Pequim)