Por Timothy Gardner
WASHINGTON (Reuters) - As petroleiras dos Estados Unidos devem reduzir temporariamente a produção de petróleo em cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) em meio à queda nos preços da commodity, que tem forçado companhias do setor a desacelerar operações, disse nesta terça-feira o Departamento de Energia norte-americano.
"O setor privado e o livre mercado têm conduzido esses cortes", disse o departamento a respeito das projeções em um relatório da Administração de Informação sobre Energia (AIE).
Os EUA, maior produtor mundial de petróleo e gás natural, registraram um bombeamento recorde de mais de 12 milhões de bpd em 2019, segundo a AIE.
O relatório da agência com perspectivas de curto prazo para a energia, divulgado nesta terça-feira, estimou que a produção de petróleo dos EUA no quarto trimestre deve registrar média de 11,04 milhões de bpd, queda de cerca de 1,74 milhão de bpd em relação a igual período do ano anterior.
O Departamento de Energia não respondeu de imediato a questões sobre se a projeção temporária de recuo de 2 milhõees de bpd é baseada nesse valor.
Arábia Saudita, Rússia e aliados vão debater na quinta-feira a estabilização dos mercados globais de petróleo, mas só concordarão em cortes profundos de produção se os EUA participarem das restrições de oferta, que visam ajudar na sustentação dos preços, diretamente afetados pela crise do coronavírus.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na segunda-feira que a Organização dos Paíes Exportadores de Petróleo (Opep) não está o pressionando a pedir para que as petroleiras dos EUA cortem bombeamento.
Trump ainda afirmou acreditar que os cortes estão "acontecendo automaticamente" pelas empresas privadas.