RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um eventual aumento na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) teria um pequeno impacto nas vendas de gasolina da Petrobras (SA:PETR4), segundo o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
A alta da Cide, reivindicada pelo setor sucroalcooleiro junto ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na semana passada, elevaria o custo da gasolina na bomba e tornaria o etanol ainda mais competitivo em alguns Estados.
Para especialistas, o etanol é vantajoso para o consumidor quando o preço do combustível é de no máximo 70 por cento do preço da gasolina na bomba.
"Para o mercado de etanol, acho que seria muito importante sair a Cide. Isso ajudaria e seria uma medida relevante para tornar o etanol competitivo", declarou o presidente da EPE a jornalistas em evento da Câmara de Comércio Americana, no Rio de Janeiro.
Atualmente, o tributo é de 10 centavos de real por litro de gasolina. Se a Cide fosse elevada, seria o segundo aumento do tributo após essa cobrança ser retomada em janeiro, com o governo tentando aumentar a sua arrecadação.
O eventual novo aumento da Cide causaria, segundo Tolmasquim, uma migração da parte dos consumidores de gasolina para o mercado de etanol e consequentemente diminuiria a necessidade de a Petrobras de importar gasolina para atender ao mercado interno.
"A Petrobras importa parte da gasolina, e, se o que ela reduzir (a venda) for a parte importada, não é algo tão problemático assim para empresa", frisou ele.
"A importação de gasolina foi fonte de prejuízo (para a Petrobras nos últimos anos) porque ela teve que vender a preço mais baixo (que o internacional)... não vejo para a Petrobras prejuízo com o aumento de venda de etanol. Acho que não é uma preocupação", complementou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)