Por Stephen Eisenhammer
LUANDA (Reuters) - O partido governista da Angola, MPLA, venceu de maneira convincente a eleição geral, afirmou a comissão eleitoral nesta sexta-feira, citando resultados preliminares, mas o principal partido de oposição rejeitou o resultado.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) conseguiu 61,1 por cento dos votos contabilizados, comparado com 26,7 por cento do partido de oposição União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), segundo resultados.
A Unita disse, entretanto, que os números não haviam sido computados com transparência e que não correspondem a sua própria contagem.
Após uma eleição pacífica na quarta-feira, amplamente aprovada por observadores internacionais, o ex-ministro da Defesa do MPLA João Lourenço se tornará o primeiro novo presidente da Angola em 38 anos, substituindo José Eduardo dos Santos.
José Eduardo dos Santos, entretanto, continuará sendo o líder do MPLA.
De acordo com a comissão eleitoral, o MPLA ganhou 150 dos 220 assentos parlamentares, dando-lhes a maioria dos dois terços necessária para aprovar qualquer tipo de legislação sem a ajuda de outro partido.
Pela primeira vez, o partido perdeu sua maioria na capital Luanda, ganhando apenas 48 por cento. No geral, o MPLA perdeu 25 lugares em comparação com as eleições em 2012.
A Unita ganhou 51 assentos parlamentares, um aumento de 19 em comparação com as últimas eleições. O segundo partido da oposição CASA-CE dobrou os assentos para 16.
"Rejeitamos completamente esses resultados preliminares", disse à Reuters Raúl Danda, candidato da Unita a vice-presidente. "Nós não sabemos de onde eles vieram."
Claudio Silva, que se senta na comissão eleitoral como representante da Unita, disse que os resultados provisórios foram processados sem o envolvimento de alguns membros da comissão do conselho ou a contribuição dos centros provinciais de contagem.
"O processo violou a lei e os princípios da democracia", disse ele à Reuters.
O MPLA rejeitou as queixas de seu antigo inimigo na guerra civil de 27 anos do país.
"Temos que esperar com calma pelo resultado definitivo", disse João Martins, secretário do partido MPLA para assuntos políticos e eleitorais.
"Se eles têm queixas, existem canais oficiais para apresentá-las em vez de fazer isso em público, o que parece ser a estratégia da oposição", acrescentou.