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Crescimento do PIB mundial será liderado pelos emergentes, diz ONU

Publicado 25.05.2011, 18:31

Elena Moreno.

Nações Unidas, 25 mai (EFE).- O crescimento da economia mundial em 2011 e 2012 será liderado pelas economias emergentes como Brasil e China, mas deve registrar índices desiguais entre os países desenvolvidos, diante das dificuldades financeiras de alguns deles, indica a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira.

"A economia mundial continua se recuperando da crise econômica global que sofreu, mas o faz de maneira desigual entre os países. Enquanto nos que estão em desenvolvimento é firme, em muitos dos desenvolvidos é débil", disse nesta quarta-feira o diretor da Unidade de Políticas de Desenvolvimento e Análise do Departamento de Análise de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Rob Vos.

Em suas previsões revisadas de metade do ano, os analistas da Organização apontam que a economia mundial em 2011 crescerá 3,3% em 2011 e até 3,6% em 2012, liderados pelo dinamismo dos países em desenvolvimento.

Há seis meses, as previsões da instituição sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) mundial foram de 3,1% para este ano e de 3,5% para 2012.

"A recuperação econômica continuará liderada pelas grandes economias da Ásia e América Latina, especialmente as da China e Brasil, embora elas também estejam se moderando pelas pressões", indica o documento "Situação e Perspectivas da Economia Mundial em 2011".

No entanto, embora o impulso da economia mundial será protagonizado pelos países em desenvolvimento, que até agora contribuíram "de maneira significativa à expansão da economia global após a crise", também apresentam algumas preocupações.

Entre elas o documento cita os altos preços das propriedades imobiliárias em seus mercados nacionais, a inflação, a pressão sobre as taxas de câmbio, alimentados em parte pelas grandes entradas de capital, e os altos preços do petróleo que afetam todos igualmente.

As previsões da ONU se basearam na projeção de que o preço do barril de petróleo se mantenha em torno dos US$ 99.

Assim, para as economias da América Latina e do Caribe, a previsão da ONU é que o crescimento médio da região seja de 4,5% em 2011 e de 4,9% em 2012, o que representa uma baixa de aproximadamente um ponto, frente aos 5,9% registrados no ano passado.

Brasil e México estarão à frente desse crescimento. No caso da economia brasileira, as estimativas indicam que o PIB crescerá 5,1% em 2011 e 5,3% em 2012, enquanto, para o México, será de 3,7% e 4,3%, respectivamente.

Já o conjunto da economia da América do Sul se expandirá 5% neste ano e 5,2% no próximo. As Nações Unidas assinalam que, na região, "o apoio às políticas fiscais está caindo e a inflação aumentando, o que obrigou políticas monetárias mais restritivas".

Para os analistas da ONU, os aumentos dos fluxos de capital no Brasil, Colômbia e México "estão produzindo maiores pressões sobre suas moedas", enquanto, de maneira geral, o aumento das taxas de juros está dando lugar a políticas monetárias mais restritivas que, por sua vez, "aumentam as pressões".

"A forte recuperação (da América Latina e Caribe) em 2010 reduziu o desemprego, mas o crescimento de emprego que se registra é informal e em setores de baixa produtividade", advertiram os economistas da ONU.

Quanto às economias centro-americanas, o estudo indica que, após sua recuperação de 2010, as perspectivas para 2011 são pouco otimistas, em parte porque são países importadores de alimentos e energia.

Os analistas da ONU recomendam às economias desenvolvidas e em desenvolvimento que realizem "planos críveis de consolidação fiscal centrados na sustentabilidade a médio prazo da dívida pública".

Quanto aos Estados Unidos, os economistas da ONU preveem que a economia americana cresça 2,5% neste ano e 2,8% no próximo, enquanto a do Japão, afetado pelo terremoto e posterior tsunami de março passado, crescerá 0,7% em 2011 e 2,8% em 2012. A estimativa para a zona do euro é de 1,6% nos dois anos.

Sobre o Sudeste Asiático, o crescimento será liderado pelo impulso da China e da Índia, sendo a estimativa para 2011 de 7,3% e para 2012 de 7,2%, frente à média de 9,1% do ano passado. EFE

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