Por Leonardo Goy
BRASÍLIA (Reuters) - A aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff parou de cair, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira, mas em um quadro de recessão econômica e crise política ainda não é possível dizer com certeza se a popularidade da petista já chegou ao fundo do poço.
A sondagem Ibope, contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que a avaliação ruim/péssima do governo foi a 69 por cento, ante 68 por cento no fim de junho, uma variação dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
A parcela dos que avaliam o governo como ótimo ou bom foi a 10 por cento, ante 9 por cento três meses antes, também dentro da margem de erro da pesquisa.
"Se (a aprovação do governo) vai cair novamente, ou subir, não sabemos", disse a jornalistas o gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, ao comentar a pesquisa.
Ele admitiu, porém, que os 10 por cento que manifestam aprovação à administração de Dilma "dificilmente mudam de ideia", a não ser que haja uma piora sensível no quadro geral.
Para Fonseca, o cenário político e econômico não mudou muito desde a última sondagem, em junho, lembrando que "estamos no meio de um ajuste que está com dificuldades de sair por questões políticas".
A desaprovação da maneira de governar da presidente também oscilou dentro da margem de erro, para 82 por cento, ante 83 por cento.
Ainda segundo a pesquisa, 63 por cento dos entrevistados acreditam que o restante do governo Dilma será ruim ou péssimo, enquanto em junho essa porcentagem era de 61 por cento. O índice dos que acreditam que o restante do mandato será ótimo ou bom permaneceu em 11 por cento.
Por área de atuação do governo, a política de juros é a que tem a menor aprovação, de apenas 6 por cento. Em seguida, aparece a política de impostos, com 7 por cento de aprovação, em um momento em que o governo tenta recriar a CPMF.
JUVENTUDE MAIS IRRITADA
A pesquisa mostrou que a popularidade do governo caiu entre os mais jovens e melhorou com os mais velhos.
O porcentual de entrevistados com 16 a 24 anos que aprova a maneira de governar da presidente Dilma caiu para 7 por cento, ante os 11 por cento de junho. Já entre os que têm mais de 55 anos, a aprovação da maneira de governar subiu para 24 por cento, ante 20 por cento.
"Você tem uma juventude que é mais contestadora e que não vivenciou outras crises", disse Fonseca.
A pesquisa foi realizada entre 18 e 21 de setembro, com 2.002 pessoas em 140 municípios.