Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal notificou 30 navios que passaram pela costa do Nordeste desde que foram identificadas manchas de petróleo em praias da região, com o objetivo de identificar as causas do "crime ambiental", disse nesta sexta-feira o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
"Uma das possibilidades é algum navio passando no Atlântico Nordeste. Teve acidente ou incidente, e as correntes levaram parte para norte e parte para o sul", disse o ministro a jornalistas durante evento no Rio de Janeiro.
Ele lembrou que a Polícia Federal já abriu um inquérito, mas não há nada conclusivo nas investigações ainda.
"Estamos investigando os navios e as bandeiras, e se aconteceu isso, que tem grande possibilidade, se torna crime ambiental porque o navio não informou o possível vazamento", afirmou ele.
"Se houve acidente ou incidente, teria de ter comunicado isso..."
"Mas algumas coisas podemos falar... o DNA desse óleo não é brasileiro, não é de nossas plataformas e não tem vazamento, ele tem DNA da Venezuela...", acrescentou o ministro, reafirmando posicionamentos do integrantes do governo, de que o petróleo tem similaridades com o produto venezuelano.
A Venezuela negou responsabilidades por qualquer tipo de vazamento.
O ministro também negou que o governo tenha demorado a agir para contar o petróleo, ressaltando que acompanhou as manchas desde que começaram a aparecer nas praias, no início de setembro.
"Eram manchas incipientes e órgãos ambientais acompanham desde essa data, e depois se intensificaram (as ações)..."
Ele disse que não descarta a chance de o petróleo ter origem em um naufrágio, embora tenha dito que essa possibilidade é pequena.
Segundo nota atualizada pelo Ibama na quinta-feira, nove Estados nordestinos foram atingidos pela mancha de petróleo, sendo que 150 localidades foram afetadas em 68 municípios.