Rio de Janeiro, 23 nov (EFE).- O secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, anunciou nesta quarta-feira que as petrolíferas que operam no Brasil terão que submeter seus planos de emergência a auditorias externas.
Minc disse que a primeira empresa que será obrigada a revisar seu sistema de resposta a acidentes ambientais é a americana Chevron, responsável pelo vazamento de óleo na costa do estado há duas semanas.
"Vamos exigir que todas as petrolíferas, tanto brasileiras como estrangeiras, paguem auditorias internacionais para supervisionar sua capacidade de responder a desastres ambientais", disse o secretário em entrevista coletiva.
Minc afirmou que o acidente da Chevron "acendeu a luz vermelha" e reivindicou maior segurança na prospecção de petróleo nas jazidas da região do pré-sal, localizada em águas ultraprofundas.
De acordo com o secretário, o vazamento ocorrido no Campo do Frade, na Bacia de Campos, a 370 quilômetros do litoral, derramou no mar 15 mil barris de petróleo. A empresa, no entanto, afirma que esse número é de 2.400 barris.
A mancha de petróleo praticamente já se dissipou, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) alertaram para a possibilidade do óleo chegar nas praias cariocas nas próximas semanas.
Uma grande quantidade de petróleo encontra-se abaixo do espelho d'água e poderia ser levado até o litoral na forma de bolas piche. O secretário admitiu que não foi o maior acidente ocorrido no Brasil ou no Rio de Janeiro, mas denunciou "erros primários" e manipulações de provas cometidos pela Chevron.
Minc acusou a companhia de manipular uma fotografia para esconder a real dimensão do vazamento e alertou para a falta de um programa de emergência após o acidente que, segundo ele, poderia ter sido evitado se as orientações dos geólogos fossem cumpridas. EFE