Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Dois minissubmarinos russos se juntarão nas próximas horas à intensa busca pelo submarino argentino que desapareceu há 12 dias no Atlântico Sul com 44 tripulantes, que a maioria dos familiares já deu como mortos.
O ARA San Juan se comunicou pela última vez com o continente no dia 15 de novembro, uma quarta-feira, a cerca de 430 quilômetros da costa patagônica argentina, pouco antes de ter sofrido uma suposta explosão depois de ter relatado um problema elétrico.
"A corveta Robinson está para entrar em breve em (na cidade portuária de) Comodoro Rivadavia para poder embarcar o veículo submergível remoto russo", disse o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, que detalhou que a embarcação pode chegar a 300 metros de profundidade.
Balbi disse que na quarta-feira outro minissubmarino russo, que pode chegar a uma profundidade de até mil metros, será embarcado.
Atualmente seis embarcações estão tentando encontrar rastros do submarino na área onde se acredita que poderia ter ocorrido a explosão, parte de uma imensa operação internacional da qual participam cerca de 4 mil pessoas e cerca de 30 aviões e barcos de Argentina, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Chile, entre outros países.
Especialistas estimam que o ARA San Juan pode estar a 3 mil metros de profundidade.
Pouco antes de sua última comunicação, o submarino classe TR-1700 construído na Alemanha na década de 1980 havia informado que teve uma infiltração de água pelo snorkel que causou um curto-circuito no sistema de baterias. Mais tarde a embarcação informou que a falha havia sido solucionada.
Em meio à situação dramática, nesta segunda-feira foram relatadas algumas desavenças entre as famílias que esperam notícias dos marinheiros na cidade balneária de Mar del Plata, onde o ARA San Juan deveria ter chegado há uma semana.
A esposa de um dos tripulantes disse à televisão local que foi agredida por outros familiares que ainda não admitem que os marinheiros morreram.