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Indústria europeia é duramente afetada por novas máximas nos preços de energia

Publicado 17.08.2022, 09:44
Atualizado 17.08.2022, 12:31
© Reuters.

© Reuters.

Por Geoffrey Smith

Investing.com – Os preços da energia na Europa continuavam subindo de forma implacável nesta quarta-feira, pressionando a indústria do continente.

Os preços da carga básica de energia subiram para 563,76 euros por megawatt-hora na Alemanha e 553,62 EUR/MWh na França, de acordo com a operadora de bolsa de energia Nord Pool, enquanto a escassez de gás natural e os baixos níveis hídricos seguiam prejudicando a geradoras do continente.

Os contratos futuros para o próximo ano não sinalizam qualquer redução da pressão em breve. A carga básica de energia na Alemanha em 2023 subiu para 513,5 EUR/MWh na Bolsa de Energia da Europa e permaneceu a 676 EUR/MWh na França, bem acima dos níveis registrados antes da invasão da Rússia na Ucrânia em fevereiro.

A crise de energia está tendo efeitos cada vez mais visíveis na produção industrial da região. No início desta quarta-feira, o grupo de energia e metais da Noruega, Norsk Hydro (OL:NHY), declarou que suspenderá a fundição de alumínio primário em seu laminador Slovalco, na Eslováquia, devido aos alto custos de energia. A empresa afirmou que as operações de reciclagem continuarão, mas o laminador, que já trabalha com 60% da sua capacidade anual de 175.000 toneladas, só será reaberto “se o mercado e as condições gerais permitirem”.

A notícia saiu um dia após a Nyrstar (EBR:NYR), da Bélgica, revelar que colocará seu alto-forno de zinco de Budel, na Holanda, em um programa de manutenção e reparos a partir de setembro, citando pressões de custo similares.

Os preços da energia na Europa registraram uma leve queda na terça-feira, após o Wall Street Journal informar que Berlim pretendia permitir que as últimas três usinas nucleares da Alemanha continuassem operando além das datas previstas de fechamento no fim do ano. No entanto, o alívio durou pouco, já que o ministro da economia do país acabou negando a informação.

E as más notícias continuaram na quarta-feira, quando a Uniper (ETR:UN01), importadora e distribuidora de gás da Alemanha, divulgou um prejuízo de 12,4 bilhões de euros no primeiro semestre do ano, ao ter sido forçada a comprar gás no mercado à vista a preços estratosféricos, a fim de compensar a escassez do gás barato da Rússia. A Gazprom (MCX:GAZP) envia atualmente apenas 20% dos volumes contratados para a Alemanha, citando problemas técnicos e burocráticos, no que Berlim classifica como motivação política.

Esses eventos ofuscaram notícias mais promissoras envolvendo a oferta na Alemanha nesta semana. O ministro da economia, Robert Habeck, disse, na terça-feira, que as instalações de regasificação flutuantes projetadas para os portos de Brunsbuettel e Wilhelmshaven no Mar do Norte entrariam em operação no início de 2023, aumentando significativamente a capacidade da Alemanha de liquefação de gás natural. Isso permitirá que a maior economia da Europa tenha uma margem de segurança maior caso a Rússia interrompa completamente o fornecimento durante o inverno, como muitos esperam.

A Alemanha também está progredindo melhor do que se esperava no abastecimento das instalações de armazenamento de gás antes da temporada de calefação do inverno. Bundesnetzagentur, que supervisiona as redes de energia da Alemanha, disse que os estoques de gás do país estavam 77,3% cheios na semana passada, em linha com a média de plurianual, apesar do fato de a Rússia enviar apenas 20% dos volumes contratados no momento.

A meta do governo é atingir um nível de 75% dos estoques em 1 de setembro, aumentando-o para 85% no início de outubro e 95% no começo de novembro.

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