BEIRUTE (Reuters) - Grupos rebeldes sírios disseram aos Estados Unidos que não deixarão Aleppo, após o governo russo ter tentado iniciar negociações para a completa retirada de rebeldes dos distritos a leste da cidade, sitiados por forças do governo de Bashar al-Assad, disse um oficial dos grupos neste domingo.
Falando com a Reuters da Turquia, o oficial sênior rebelde Zakaria Malahafji afirmou que a mensagem foi entregue às autoridades norte-americanas no sábado, após o comunicado da Rússia, aliado mais poderoso do presidente sírio Bashar al-Assad.
"Nossa resposta aos americanos foi: não podemos deixar nossa cidade, nossas casas, para as milícias mercenárias que o regime mobilizou em Aleppo", disse Malahafji, chefe do escritório político de um grupo rebelde de Aleppo.
As autoridades norte-americanas perguntaram aos rebeldes "vocês querem sair, (ou) vocês querem ser firmes", disse Malahifji. "Eles escutaram a resposta e não comentaram", afirmou.
Os rebeldes pediram aos "amigos do povo sírio" que fiquem do lado deles e pediram pelo envio urgente de alimentos e remédios para o leste de Aleppo e que feridos sejam evacuados, acrescentou.
O exército sírio apoiado pela Rússia capturou grandes áreas dos rebeldes a leste de Aleppo na última fase de sua campanha pela recuperação de Aleppo. O governo sírio também tem sido apoiado por milícias xiitas de países incluindo Iraque, Líbano e Afeganistão.
"Não podemos deixar nossas casas para os afegãos, iraquianos e outros", disse Malahifji. "(As autoridades norte-americanas) estavam em contato comigo e com alguns militares e líderes políticos em Aleppo. Nós concordamos na resposta", disse.
Os Estados Unidos ainda precisam comentar a proposta feita pelo Ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, no sábado, sobre negociações para a retirada de todos os combatentes rebeldes, "sem exceção", de Aleppo.
(Reportagem de Tom Perry)