Por Yimou Lee e Jess Macy Yu
TAIPEI (Reuters) - A Taiwan Semiconductor (TSMC) reduziu o investimento anual e previu a queda mais acentuada na receita trimestral em uma década, juntando-se a uma série de companhias de tecnologia alertando para desaceleração na demanda global por smartphones.
O recuo projetado pela TSMC, uma referência para a demanda global de tecnologia, já que seus clientes incluem Apple (NASDAQ:AAPL), Qualcomm e Huawei é um mau presságio para seus pares e fornecedores como Intel (NASDAQ:INTC), Nvidia e ASML, que devem reportar resultados nas próximas semanas.
As ações de fabricantes de chips europeias desabaram após a estimativa de receita da TSMC, com a Siltronic caindo 6 por cento e a STMicroelectronics cedendo 3 por cento.
Investidores já temem uma desaceleração global em empresas de tecnologia, após alertas da Samsung e da Apple, que mais cedo neste mês reduziu a previsão de vendas em razão da fraca demanda por iPhones na China.
A TSMC, maior fabricante de chips do mundo, disse que a queda repentina nas vendas de smartphones mais sofisticados levou ao aumento dos estoques, e a fraca demanda seguirá pesando até novos lançamentos de smartphones no segundo semestre.
"O estoque na cadeia de suprimentos é grande", o que pode levar a um recuo na primeira metade de 2019 para os negócios de smartphones, disse o presidente do conselho de administração da TSMC, Mark Liu, em teleconferência após resultados.
A companhia previu receita de 7,3 bilhões a 7,4 bilhões de dólares no primeiro trimestre. A queda de quase 14 por cento seria a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2009, de acordo com dados da Refinitiv, quando a receita despencou 54 por cento em dólar taiwanês.
Para todo o ano de 2019, TSMC espera que o crescimento da receita caia mais que pela metade, para 1 a 3 por cento ante 6,5 por cento em 2018. Por isso, a companhia anunciou planos para reduzir investimentos.
"Devido à perspectiva macroeconômica em 2019, estamos reduzindo os gastos de capital este ano em várias centenas de milhões de dólares para um nível entre 10 bilhõs e 11 bilhões de dólares", afirmou o diretor financeiro, Lora Ho.
(Por Yimou Lee e Jess Macy Yu, com reportagem adicional de Lee Chyen Yee)