Por Belén Carreño e Ingrid Melander
MADRI (Reuters) - O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, está considerando convocar uma eleição antecipada para meados de abril, noticiou a agência EFE nesta segunda-feira, à medida que o governo enfrenta dificuldades para conseguir o apoio necessário para aprovar o projeto orçamentário de 2019 no Parlamento.
Os socialistas de Sánchez detém menos de um quarto dos assentos da Câmara dos Deputados, e especulações sobre se o partido permaneceria no poder até o fim do mandato têm pairado desde que assumiu o poder quando o conservador Partido Popular perdeu um voto de desconfiança.
Sánchez está considerando convocar uma eleição antecipada para o dia 14 de abril, segundo a agência de notícias estatal EFE, que citou fontes governamentais não identificadas.
O jornal online El Confidencial citou fontes próximas a Sánchez descartando “totalmente” esta data, mas as chances de seu governo chegar ao fim do mandato, previsto para 2020, parecem pequenas.
Autoridades disseram à Reuters recentemente que uma eleição antecipada era provável, mas que nenhuma data havia sido estabelecida.
A vice-secretária-geral do Partido Socialista Operário da Espanha (PSOE), Adriana Lastra, disse nesta segunda-feira que a eleição é uma certeza se o projeto orçamentário não for aprovado.
O governo disse estar focado em conseguir a aprovação do projeto orçamentário e não comentou sobre possíveis datas para eleições antecipadas.
O partido de Sánchez tem enfrentado dificuldades para angariar o apoio necessário para aprovar o orçamento, e depende dos votos de legendas menores, incluindo os nacionalistas catalães que têm dito que votarão contra o projeto.
Os partidos separatistas da Catalunha têm até quarta-feira para dizer se mantém sua objeção ao orçamento. Uma fonte do governo disse que a especulação sobre eleições antecipadas pode ser uma maneira de pressioná-los a mudar de ideia.
Pesquisas têm indicado que os conservadores, os partidos de centro-direita e os de extrema direita, todos os quais têm assumido uma postura muito mais dura em relação à Catalunha do que Sánchez, poderiam ganhar votos suficientes em uma eleição nacional para governar juntos.
Fontes disseram à Reuters recentemente que o dia 26 de maio também é uma data possível para as eleições, para coincidir com votações regionais, locais e da União Europeia.
Esta opção é preferida por conselheiros de Sánchez, enquanto graduadas autoridades do Partido Socialista preferem que a eleição seja realizada em abril, segundo fontes. Antes, fontes também haviam indicado outubro como uma possibilidade.