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Países emergentes enfrentam Europa e pedem fim de monopólio no FMI

Publicado 19.05.2011, 16:05

Teresa Bouza.

Washington, 19 mai (EFE).- O monopólio europeu à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI) está em perigo após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn como chefe do organismo, que levou nesta quinta-feira os países emergentes a redobrar a pressão para mudar o processo de escolha de um novo líder.

A direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) vem sendo tradicionalmente ocupada por um europeu em virtude de um acordo de cavalheiros criado após o final da Segunda Guerra Mundial que garante, em contrapartida, a Presidência do Banco Mundial (BM) a um americano.

Mas esse sistema está em perigo apesar da União Europeia (UE) ter defendido em bloco nesta quinta-feira a continuidade da atribuição do Velho Continente em selecionar o encarregado ao máximo posto da instituição.

A nomeação de um europeu à frente do FMI seria a escolha "natural", já que a UE é o principal contribuinte do Fundo, disse a porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde.

A chanceler alemã, Angela Merkel, apoiou a proposta: "Defendo a opinião de que devemos propor um candidato europeu", afirmou.

Já a ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, que lidera a lista de favoritos da UE para substituir Strauss-Kahn, se manifestou a favor de que haja uma proposta unânime do continente para substituir ao ex-alto funcionário francês de 62 anos.

No entanto, a situação é vista de outra maneira pelos países emergentes, que exigem que a estrutura de poder do FMI e do Banco Mundial represente melhor o novo equilíbrio de forças na economia global.

"A composição da cúpula de poder deveria refletir melhor as mudanças na estrutura da economia global", afirmou nesta quinta-feira em comunicado o governador do Banco Central chinês Zhou Xiaochuan.

Na mesma linha, o ministro das Finanças filipino, Cesar Purisima, disse que o fato da Ásia ser o motor do crescimento da economia global significa que esse continente deveria assumir as rédeas do FMI.

"Nunca houve um momento mais oportuno do que este para que um líder asiático assuma a liderança de tão distinta organização", avaliou.

Da América Latina chegam pedidos similares. O governador do Banco Central do Chile, José de Gregorio, disse nesta quarta-feira em uma entrevista ao jornal britânico "Financial Times" que o processo de seleção deveria ser "aberto, transparente e baseado em méritos".

Além disso, criticou o argumento de que a crise da dívida soberana em vários países da zona do euro faria necessária a eleição de outro europeu: "Não escutamos argumentos similares a favor de um candidato latino-americano durante a crise da dívida dos anos 1980 ou de um candidato asiático durante a crise da Ásia", disse.

Já o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, declarou nesta quinta-feira que estão sendo "discutidos procedimentos e critérios para que os emergentes participem ativamente (no processo de escolha do sucessor)".

Em Washington, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, fez um apelo nesta quinta-feira a uma sucessão "rápida" no FMI e defendeu um processo "aberto", o que poderia significar que os Estados Unidos tenham que renunciar a seu privilégio de escolher o titular do Banco Mundial.

Nesse sentido, o atual presidente do BM, Robert Zoellick, disse nesta quinta-feira em declarações à imprensa estar "convencido" de que a escolha de um novo líder para o FMI será feita a partir de um processo transparente e competitivo.

Colin Bradford, assessor em temas de desenvolvimento durante a Presidência de Bill Clinton e atualmente analista no Brookings Institution, também manifestou em declarações à Agência Efe apoiar um processo realmente competitivo.

"O fato de os europeus quereram manter o controle do FMI reduz a legitimidade do diretor-gerente e da própria instituição", afirmou Bradford, para quem o Fundo é hoje a instituição internacional mais importante em nível global.

"Sem dúvida é mais importante do que a Organização Mundial do Comércio, do que a ONU e o Banco Mundial", apontou o analista, que instou os europeus a considerarem o dano que farão à instituição caso se prendam a um privilégio baseado em um pacto informal.

O conselho executivo do FMI, integrado por 24 membros que representam os 187 países da instituição, será o encarregado de escolher o substituto de Strauss-Kahn, que foi detido no sábado em Nova York pela suposta tentativa de estupro de uma camareira de um hotel.

O órgão anunciou em comunicado nesta quinta-feira que iniciou os contatos com seus colegas para o processo de seleção do novo diretor-gerente. EFE

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