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Procuradores tentam incriminar Bill Cosby com próprias palavras em julgamento de agressão sexual

Publicado 09.06.2017, 15:42
© Reuters. Ator e comediante Bill Cosby, após julgamento em Norristown, no Estado da Pensilvânia

Por Joseph Ax

NORRISTOWN, Estados Unidos (Reuters) - Os procuradores envolvidos no julgamento do comediante norte-americano Bill Cosby por agressão sexual devem continuar a usar as próprias palavras do acusado contra ele mesmo nesta sexta-feira, quando pareceram próximos de finalizar o caso.

Na quinta-feira os membros do júri de Norristown, na Pensilvânia, leram trechos de um depoimento sob juramento no qual Cosby admitiu ter dado a Andrea Constand, então funcionária da Universidade Temple, onde o humorista se formou, comprimidos de Benadryl em 2004 antes do que descreveu como uma atividade sexual consensual.

Andrea testemunhou nesta semana dizendo que os comprimidos, que os procuradores insinuaram poder não serem de Benadryl, a deixaram sem reação em sua casa na área de Filadélfia antes de Cosby a agredir sexualmente.

Ela é uma de dezenas de mulheres que fizeram acusações semelhantes contra o antigo astro do seriado de televisão "The Cosby Show", dos anos 1980.

O suposto incidente é o único recente o suficiente para poder render um processo criminal. Cosby, de 79 anos, vem negando todas as acusações.

No início desta semana seus advogados tentaram introduzir indícios de que Andrea é gay, mas o juiz Steven O'Neill concordou com a procuradoria, que classificou a tentativa como "injustamente tendenciosa e completamente irrelevante" em um documento apresentado na terça-feira.

O juiz disse ainda que a manobra violaria a lei de proteção contra estupro da Pensilvânia, que afirma que o passado sexual de uma vítima é inadmissível.

Nesta sexta-feira os procuradores irão continuar a mostrar aos jurados trechos do depoimento, incluindo a confissão de Cosby de ter obtido o sedativo Quaaludes para dá-lo a mulheres jovens.

© Reuters. Ator e comediante Bill Cosby, após julgamento em Norristown, no Estado da Pensilvânia

A decisão de um juiz federal de liberar o testemunho de 2015 de Cosby levou os procuradores do condado de Montgomery, na Pensilvânia, a reabrirem o caso e mais tarde a apresentarem acusações.

A defesa ressaltou que Andrea mudou detalhes e fez declarações errôneas em seus relatos à polícia em 2005, além de ressaltar as dezenas de ligações da ré ao comediante após a suposta agressão, o que disseram levar a crer que ela o cortejava romanticamente.

O juiz O'Neill disse aos jurados que espera que o caso termine em questão de dias.

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