Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de energia elétrica Neoenergia firmou acordo de acionistas que permitirá a incorporação da Elektro Holding , da espanhola Iberdrola (MC:IBE), que passará a ser majoritária no negócio após a associação, informou a companhia em fato relevante nesta quinta-feira.
Após a implementação da operação, a Iberdrola terá 52,45 por cento da Neoenergia, contra 39 por cento atualmente. Os demais sócios da elétrica, Previ e BB (SA:BBAS3) Banco de Investimentos, ficarão com 38,2 por cento e 9,35 por cento, respectivamente, ante 49 por cento e 12 por cento hoje.
"A Neoenergia passará a ser a maior companhia integrada privada de energia do Brasil, com um balanço saudável e pronta para capturar as oportunidades de crescimento do setor", disse a empresa em nota à Reuters.
A companhia afirmou ainda que analisa junto com seus acionistas "a possibilidade de um eventual futuro IPO (oferta pública inicial de ações) para dar liquidez a alguns acionistas e/ou ajustar a estrutura de capital."
A Neoenergia atua em geração, transmissão e comercialização de eletricidade, além de controlar distribuidoras de energia na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Já a Elektro tem operações de distribuição de energia em São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de possuir ativos de geração renovável. A Iberdrola detém 99,9 na companhia.
O presidente da Iberdrola, Ignácio Galán, disse em nota que a integração entre as empresas está alinhada com a perspectiva estratégica da companhia, que busca "apostar nos negócios regulados e estáveis, assim como consolidar e controlar a gestão" dos negócios no Brasil.
A transação será efetivada por meio de uma ampliação de capital da Neoenergia, por meio da qual a Iberdrola elevará sua fatia na companhia ao contribuir com os ativos da Elektro.
A Iberdrola terá direito de nomear seis membros do Conselho de Administração, enquanto a Previ indicará três membros e o BB-BI nomeará um conselheiro. Por outro lado, os espanhóis se comprometem a canalizar todos seus investimentos no Brasil por meio da Neoenergia.
Após a integração, a Neoenergia passará a contar com um portfólio de 2,5 gigawatts em usinas eólicas, termelétricas e hidrelétricas em operação, além de 1,46 gigawatt em desenvolvimento.
O negócio está sujeito à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
(Por Luciano Costa)