A Black Friday chegou! Não perca até 60% de DESCONTO InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Temer recorre a discurso de tentativa de golpe em defesa à CCJ

Publicado 05.10.2017, 07:46
© Reuters. Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA, (Reuters) - A defesa do presidente Michel Temer recorreu ao discurso de uma nova tentativa de golpe na defesa entregue nesta quarta-feira à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e acusou o ex-procurador da República Rodrigo Janot de tentar depor o peemedebista.

O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, afirmou, ao entregar a defesa na Secretaria da CCJ, que a denúncia "é uma das mais absurdas acusações de que se tem notícia na história do Brasil".

"Trata-se de uma peça absolutamente armada, baseada em provas forjadas feita com objetivo claro e indisfarçado de depor o presidente da República, constituindo portanto uma tentativa de golpe no Brasil", disse.

Na sequência da estratégia de elogiar a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, inaugurada por Temer na última segunda-feira, Carnelós comemorou a substituição de Janot.

"Só temos a dizer que ainda bem que esse tempo passou, ainda bem que agora já não há mais à frente do Ministério Público Federal quem esteja disposto a depor o presidente da República contra a norma constitucional e o ordenamento jurídico", afirmou.

Na segunda-feira, depois que a procuradora-geral pediu que Temer fosse ouvido no inquérito que apura seu envolvimento em corrupção na edição de um decreto sobre portos, Temer elogiou a postura de Dodge, afirmou que iria falar no inquérito e afirmou que era "muito bom que a PGR agora tenha uma nova postura, sem querer parar o Brasil com denúncias vazias e irresponsáveis".

Um dos aliados mais próximos de Temer, o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, também usou o Twitter para elogiar Dodge pela mesma razão.

Na primeira denúncia, a Polícia Federal enviou uma lista de perguntas por escrito para que Temer prestasse esclarecimentos, mas o presidente recusou-se a responder.

Carnelós repetiu o discurso já adotado de que a denúncia é "inepta" e baseada apenas nas palavras de delatores "que fizeram um grande negócio atendendo os interesses do então procurador- geral, que queria acusar o presidente e sem ter provas conseguiu que os delatores dissessem aquilo que lhe interessava".

O presidente enfrenta uma denúncia de organização criminosa e obstrução de Justiça, apresentada por Janot. Para que Temer possa ser processado, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) precisa de autorização da Câmara para julgar a denúncia.

Carnelós disse ainda contar com a ação da CCJ em barrar a segunda denúncia, como fez na primeira, porque não faria sentido autorizar uma denúncia que, segundo ele, está recheada de vícios, e inconsistências.

Na defesa, Carnelós alega que Temer está sendo penalizado pelo que se trata da "simples exercício da atividade política", como acordos partidários e negociações para a aprovação de projetos.

"O 'arqueiro' resolveu buscar em outro bambual material para suas flechas, sem imaginar que os petardos que disparara antes teriam efeito bumerangue e acabariam por revelar os putrefaço meios de que se valera para alvejar Temer", disse o advogado em uma nota com resumo da defesa entregue à imprensa.

© Reuters. Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto

Dois meses e meio antes de deixar o cargo, ao ser questionado se ainda haveria novas denúncias contra o presidente, Janot respondeu que "enquanto houver bambu, lá vai flecha".

Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, também entregaram hoje suas defesas.

A partir de agora, a CCJ terá cinco sessões para instruir o processo e colocar em votação o pedido sobre se autoriza ou não o Supremo Tribunal Federal a julgar Temer, Padiola e Moreira Franco. Depois disso, a decisão ainda precisa ser votada pelo plenário da Câmara. A previsão é que isso aconteça até o final do mês.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.