SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que vai expor a necessidade de defender a Ucrânia na guerra com a Rússia na terça-feira quando se reunir com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que tem criticado o envio de armamentos aos ucranianos.
"Precisamos ajudar a Ucrânia nesta luta", disse Rutte a jornalistas nesta segunda-feira, no primeiro dia de sua visita ao Brasil.
Rutte disse que explicará a Lula porque a questão de apoiar a Ucrânia é "existencial" para a Holanda, para a Europa e além, uma vez que a invasão russa colocou em risco os valores ocidentais.
"Se Putin for bem-sucedido na Ucrânia, e eu não acho que ele vai ser, não vai acabar aí. As pessoas estão preocupadas com a própria segurança, em Amsterdã, Berlim, Paris e na Europa", disse Rutte.
Lula, que tem tentado encorajar os países não envolvidos no conflito a formar um grupo para pressionar pelas negociações de paz, disse que o fornecimento de armas para a Ucrânia estava encorajando a guerra. O governo dos EUA o acusou de "papagaiar" a propaganda russa e chinesa.
O governo holandês está avaliando, com seus parceiros europeus, a doação de caças F-16 para a Ucrânia.
"Estamos discutindo intensamente com a Dinamarca, o Reino Unido, algumas outras partes na Europa e também os EUA sobre os F-16", disse Rutte em São Paulo.
Mas primeiro é necessário um acordo entre todos os parceiros, como fizeram no passado antes de fornecer os obuseiros Panzer e os tanques Leopard para a Ucrânia, disse o líder holandês.
"O debate está em andamento."
Rutte está em uma visita de três dias acompanhado de uma delegação empresarial para conversas com foco em comércio e cooperação para agricultura sustentável e transição energética, especialmente para o hidrogênio.
(Reportagem de Lais Morais)