JACKSON HOLE, Estados Unidos (Reuters) - A inflação dos Estados Unidos deve se recuperar conforme as pressões do dólar e de outros fatores se dissipam, permitindo que o Federal Reserve, banco central dos EUA, eleve a taxa de juros gradualmente, disse o vice-chair do Fed, Stanley Fischer, neste sábado.
O membro influente do banco central foi discreto sobre se preferiria elevar os juros na reunião de política monetária de setembro. No entanto, ele disse que pressões para uma inflação baixa, vindas da alta do dólar, da queda de preços do petróleo e da ociosidade do mercado de trabalho nos EUA, estavam diminuindo.
"Dada a aparente estabilidade nas expectativas de inflação, há um bom motivo para acreditar que a inflação vai subir conforme as forças segurando a inflação baixa se dissipem mais", disse em uma conferência de bancos centrais, em Jackson Hole.
"Com a inflação baixa, nós provavelmente podemos retirar a acomodação em um ritmo gradual", ele acrescentou. "No entanto, como a política monetária influencia a atividade real com um atraso substancial, nós não devemos esperar até que a inflação volte a 2 por cento para iniciar o aperto".
O Fed tem dito que quer estar razoavelmente confiante de que a inflação, que tem permanecido abaixo da meta de 2 por cento por alguns anos, se recupere no médio prazo. As recentes turbulências nos mercados financeiros e receios sobre a desaceleração econômica na China poderiam prejudicar essa recuperação.
"No momento, estamos acompanhando os desdobramentos na economia chinesa e seus efeitos reais e potenciais sobre outras economias mais de perto do que o usual", disse Fischer que, na sexta-feira, afirmou que era muito cedo para decidir se setembro era o momento para elevar juros pela primeira vez em quase uma década.
(Por Jonathan Spicer)