O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira, 19, renovando a máxima em quatro meses, em sessão marcada pela cautela dos mercados e a busca por ativos de segurança. Entre os temores, a inflação nos Estados Unidos, a pandemia de covid-19 e a volatilidade nas criptomoedas. O dia contou ainda com a expectativa pela divulgação da ata mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Na divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão com ganho de 0,72%, a US$ 1.881,5 a onça-troy.
O Commerzbank aponta que o metal já recuperou quase todas as perdas desde o começo do ano.
Aguardando pela ata do Fed, o ouro chegou a recuar no começo da sessão, pressionado por uma alta nos rendimentos dos Treasuries e do dólar. Na visão do Commerzbank, a publicação não deve trazer "nenhuma novidade", tendo impacto limitado para o mercado do metal.
Já ao longo da sessão, "os temores da inflação, do vírus e de uma recuperação mais lenta do que se pensava ou atrasada devido às novas medidas de restrição à variante indiana do coronavírus são inquietantes para o investidor médio", resume a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.
Visto como refúgio contra a inflação, o ouro foi buscado, em dia no qual o ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers alertou para os limites do Fed para conter a escalada de preços.
A covid-19 também segue inspirando cautela e o risco de atrasar a recuperação global. A Índia, um dos principais mercados globais de ouro, renovou mais uma vez o recorde diário de mortos em virtude da doença. O mercado também avalia com cautela os desdobramentos relativos à volatilidade recente das criptomoedas, com destaque para o forte recuo do bitcoin.