SÃO PAULO (Reuters) - As geadas do final de semana no Paraná foram menos intensas e abrangentes que as registradas no início de julho, o que indica que as lavouras de trigo que estavam suscetíveis a perdas provavelmente sofreram menos agora em agosto, avaliou nesta segunda-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.
"Vamos esperar os boletins para termos uma melhor noção. Mas, em um primeiro momento, com certeza foi menos intensa e menos problemática do que a geada de 6 de julho. O frio foi menos intenso...", disse Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do Deral.
Geadas atingiram as lavouras do Paraná no início do mês passado, reduzindo a expectativa de produção em mais de 15%, para 2,7 milhões de toneladas, estimou o Deral anteriormente.
O Estado normalmente colhe mais da metade da safra de trigo do Brasil, uma país que importa a maior parte de suas necessidades. Perdas podem elevar as importações brasileiras, estimadas antes das geadas em mais de 7 milhões de toneladas neste ano.
Segundo o Deral, 35% das lavouras do Paraná estão em frutificação e 28% em floração, fases em que as plantações podem sofrer perdas por geadas.
Mas em muitas dessas áreas, disse Godinho, o frio não foi tão intenso quanto em julho. "Acredito que tenha um dano mais restrito agora."
Uma melhor avaliação de eventuais perdas pelas geadas só será divulgada pelo Deral na penúltima semana do mês, quando o dano estará mais claro.
"Se tem um região que preocupa mais, é a sudoeste, pela combinação suscetibilidade (a perdas) e intensidade da geada... Das regiões atingidas talvez seja a que sofra mais", declarou Godinho, em referência às geadas registradas no domingo.
Enquanto o frio deve perder intensidade, o agrônomo acrescentou que produtores estão agora mais preocupados com a falta de chuvas, especialmente no norte do Paraná, onde não chove há semanas em algumas áreas.
De acordo com informação do terminal Eikon, da Refinitiv, a maior parte do Estado deve seguir sem chuvas relevantes até pelo menos o dia 20 de agosto.
(Por Roberto Samora)