SÃO PAULO (Reuters) - O mercado ampliou a projeção para os preços administrados neste ano, o que acabou repercutindo nas contas para a inflação oficial, mas manteve sua previsão sobre a taxa básica de juros, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Focus do Banco Central.
A estimativa de alta para os preços administrados foi a 7,50 por cento em 2017, contra 7 por cento calculados antes, na sexta semana seguida de elevações nas projeções. Para 2018, as contas caíram ligeiramente a 4,80 por cento, sobre 4,88 por cento.
Com isso, segundo o Focus, a estimativa de alta do IPCA foi a 3,09 por cento neste ano, sobre 3,08 por cento até então. Para 2018, também houve avanço nas contas, a 4,04 por cento, ante 4,02 por cento. Em ambos os casos, as previsões continuaram abaixo do centro da meta do governo, de 4,25 por cento, com margem de 1,25 ponto percentual para mais ou menos.
Em outubro, o IPCA registrou a maior alta mensal em pouco mais de um ano por conta dos preços das tarifas de energia elétrica, diante das bandeira tarifária vermelha. [nL1N1NG0GA]
Ainda assim, a IPCA continuou fraco no acumulado em 12 meses por conta dos preços dos alimentos, o que mantém o caminho aberto para o BC continuar reduzindo a Selic, hoje em 7,50 por cento ao ano.
Segundo o Focus, foram mantidas as previsões de que a taxa será reduzida a 7 por cento em dezembro, patamar que ficará em 2018. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, manteve seu cenário de que a Selic irá a 6,5 em 2018.
O Focus mostrou ainda que o mercado manteve as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017 e 2018, em 0,73 e 2,50 por cento, respectivamente.
(Por Patrícia Duarte)