Investing.com - O petróleo subiu mais de 2% nesta segunda-feira (26), após despencar 8% na última sexta-feira (23), depois que a Goldman Sachs relatar que os preços atuais eram um "ponto de entrada extremamente atrativos" nos mercados de petróleo e de outras commodities.
O WTI subiu US$ 1,26, ou 2,5%, a US$ 51,68 por barril às 16:15 (horário de Brasília), abaixo da alta de 3,6% mais cedo, que havia elevado a cotação para US$ 51,74. Na sexta-feira, o WTI caiu em quase 8%, atingindo a mínima de 13 meses de US$ 50,16. Ele havia se recuperado 2% no início da semana da semana passada, mas novamente por motivos duvidosos.
O petróleo Brent, a referência global para o petróleo e negociado em Londres, subiu US$ 1,71, ou 2,9%, para US$ 60,75. Na sexta-feira, a queda foi mais de 5%, rompendo o piso de US$ 60 que vigorava desde julho de 2017, após uma subida no início da semana. O excesso de oferta despedaçou o apoio de US$ 60 do Brent na semana passada (e quase derrubou o West Texas Intermediate - WTI - do piso de US$ 50).
A produção de petróleo da Arábia Saudita atingiu a maior alta histórica de 11,1 milhões, para 11,3 milhões de barris por dia (bpd) em novembro, segundo uma fonte da indústria. A média exata de produção para o mês de novembro do petróleo saudita só será conhecida no fim do mês.
O presidente Trump, por sua vez, não diminuiu a pressão que estava exercendo sobre o Reino saudita para evitar cortes de produção na reunião da OPEP em 6 de dezembro. O último ato de Trump foi um tweet auto-elogioso no domingo que dizia: "É ótimo que os preços do petróleo estejam caindo (obrigado Presidente T)."
Trump é visto como um grande influenciador sobre os planos de corte de produção sauditas, após que Riad admitiu o homicídio premeditado do jornalista Jamal Khashoggi, mas sem acusar seu príncipe herdeiro Mohamad bin Salman como mandante, como aponta investigações da CIA. Muitos analistas acreditam que o presidente é a única esperança dos sauditas em evitar grandes e embaraçosas sanções americanas pelo assassinato. Trump, até agora, apoiou a Arábia Saudita.
Dow Jones informou que a Arábia Saudita e a OPEP podem ter encontrado uma saída para a queda de preços, planejando anunciar uma extensão dos cortes e cotas atuais de 2016 até 2019, e então trabalhar para “cumprir mais” para apagar o problema de excesso de oferta. O grupo espera que esses cortes "clandestinos" impeçam o presidente de twittar de que não haverá redução de suprimentos.
"Será ainda um grande corte, mas menos pronunciado", disse à Dow Jones um alto assessor de petróleo da Arábia Saudita. A OPEP havia anunciado um corte de 1,4 milhão de barris por dia antes de Trump começar a empurrar para trás.
A Bloomberg acrescentou que a reunião do G20, de 30 de novembro na Argentina, pode ser quando a quantidade real de um corte de produção será decidida. O ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, e seu colega russo, Alexander Novak, estarão juntos em Buenos Aires, reforçando a impressão de que tentarão chegar a um acordo antes da reunião da OPEP. Não seria a primeira vez que as duas superpotências de energia usaram um G20 para decidir sobre a política de petróleo.
Mas até alguns investidores que apostam na alta do petróleo disseram que o mercado pode não reagir favoravelmente a essas manobras clandestinas. "Se a OPEP mantiver isso em segredo, o mercado poderá puni-los porque parecerá que eles não têm a vontade de reduzir", disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group de Chicago.