RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) planeja operar com custos de produção abaixo de 10 dólares por barril de óleo equivalente (boe) no médio prazo, afirmou nesta quarta-feira a diretora de Exploração e Produção da petroleira estatal, Solange Guedes, durante teleconferência com analistas sobre os resultados de 2016.
Em 2016, o custo de produção de óleo e gás da empresa no Brasil e no exterior caiu 11 por cento ante 2015, para 10,3 dólares/boe. Em relação a 2014, o custo de extração caiu 27 por cento. Somente no pré-sal, no ano passado, o custo ficou abaixo dos 8 dólares/boe.
"Nós estamos atuando muito fortemente nos nossos custos logísticos offshore, que é onde tem o principal espaço para operarmos melhor com custos ainda mais competitivos... Eu entendo que vamos ter sim melhoria nessa área", disse a diretora.
A executiva ponderou, no entanto, que toda vez que uma plataforma entra em operação há um "repique" dos gastos, uma vez que a unidade chega com seus custos integrais e uma produção relativamente pequena e isso vai sendo diluído ao longo do tempo, com o aumento crescente da produção.
"Como a gente tem uma concentração grande de unidades, (os repiques de custos) podem acontecer, mas no médio prazo a gente pretende... operar abaixo de 10 dólares o barril", explicou.
Para 2017, estão previstas três novas plataformas de petróleo, sendo duas no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, e outra no campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos.
Uma delas, a plataforma P-66, já está instalada no campo de Lula Sul, aguardando apenas o aval do órgão ambiental federal Ibama para entrar em operação ainda neste mês.
Além disso, a empresa planeja realizar o teste de longa duração (TLD) da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, área considerada extremamente promissora, em julho.
Libra tem atualmente quatro poços perfurados e três completados. Em fevereiro, a empresa iniciou uma nova perfuração na região, na área sudeste.
Segundo Solange, o tempo para a completação de poço em Libra caiu 28 por cento entre o primeiro e o terceiro poço, para 47 dias.
REFINO
Após amargar prejuízos bilionários na área de refino, a Petrobras vem buscando nos últimos anos a atração de parceiros para refinarias nos últimos anos, mas sem sucesso. Nesta quarta-feira, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, afirmou que a empresa está trabalhando em modelos.
Segundo ele, a empresa quer atrair sócios para essa área "o mais rápido possível".
(Por Marta Nogueira)