SÃO PAULO (Reuters) - A produção de grãos do Brasil deverá crescer 27% nos próximos dez anos, previu nesta terça-feira o Ministério da Agricultura, que também estimou avanços significativos na fabricação de carnes bovina, suína e de frango.
Segundo o relatório "Projeções do Agronegócio, Brasil 2019/20 a 2029/30", na próxima década o país atingirá uma produção de 318,3 milhões de toneladas de grãos, ante recorde de mais de 250 milhões de toneladas projetado para a safra 2019/20, impulsionado por algodão, milho e soja.
O ministério prevê que a área plantada com grãos aumente em 16,7% no período, atingindo 76,4 milhões de hectares em 2029/30. Se considerados todas as lavouras --o que, além dos grãos, inclui produtos como cana, café e laranja--, a área de plantio deve chegar a 88,2 milhões de hectares, alta de 13,5%.
"A necessidade adicional de áreas pode ser atendida através da substituição de culturas, redução de pastagens e sistema de plantio direto... O desenvolvimento da produção agrícola no Brasil deve continuar ocorrendo com base na produtividade", disse a pasta, em momento em que o setor é pressionado a ampliar práticas de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável.
A produção de carnes na próxima década deverá crescer 23,8%, considerando as proteínas bovina, suína e de frango, com o volume passando dos atuais 28,2 milhões de toneladas para 34,9 milhões de tonelada.
O ministério projeta avanço de quase 30% nas produções de carnes suína e frango, além de alta de 16% para a carne bovina. As exportações também devem crescer, apesar de uma "forte pressão do mercado internacional", com altas de 34,3% nos embarques de frango e de 36,8% nos de suínos.
O governo ainda prevê que o Brasil, maior exportador global de soja, será responsável por quase 52% das exportações da oleaginosa no mundo daqui a dez anos, além de fornecedor de 23,2% do milho global.
Já as exportações de açúcar devem saltar 57,9% no período, atingindo 25,23 milhões de toneladas em 2029/30, enquanto os embarques de milho tendem a avançar em 29,1%, para 44,5 milhões de toneladas, acrescentou o ministério.
(Por Gabriel Araujo)