SÃO PAULO (Reuters) - A produção de petróleo do Irã pode cair no próximo ano a 2,5 milhões de barris por dia (bpd), de cerca de 3,5 milhões atualmente, em virtude das sanções a serem impostas pelos Estados Unidos a partir de novembro, disse nesta quarta-feira o analista Fábio Rezende, da INTL FCStone.
No início do mês, a referência internacional do petróleo Brent teve máxima em quatro anos em meio à perspectiva de menor oferta do Irã, o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Mais cedo neste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada do país de um acordo nuclear com o Irã, prometendo restabelecer sanções sobre a República Islâmica a partir de 4 de novembro e obrigando outras nações a interromperem compras de petróleo iraniano.
"A produção (de petróleo) no Irã pode cair a 2,5 milhões de barris por dia ou até mais... Nossa perspectiva é de que a produção vai cair significativamente e que isso vai gerar um ‘buraco’ (de oferta) no mercado mundial", destacou Rezende em evento promovido pela consultoria em São Paulo.
Conforme o analista, problemas logísticos nos EUA, onde há limites na capacidade de transporte dos oleodutos, impedem o país da América do Norte de compensar a perda de produção do Irã.
Uma forte queda de bombeamento na Venezuela, que passa por grave crise econômica, adiciona ainda mais sustentação ao mercado, acrescentou ele.
Para Rezende, a perspectiva de uma demanda por petróleo mais enfraquecida no próximo ano atenua a pressão gerada pela menor produção no Irã.
(Por José Roberto Gomes)