MOSCOU (Reuters) - O Ministério de Energia da Rússia disse nesta segunda-feira que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados devem levar em conta a desaceleração no crescimento da produção dos Estados Unidos quando se reunirem para discutir seu acordo de produção em dezembro, segundo a agência TASS.
Ainda é muito cedo, no entanto, para falar sobre cortes mais profundos na oferta, disse o vice-ministro de Energia russo, Pavel Sorokin, segundo a agência.
A Opep, a Rússia e outros produtores, um grupo conhecido como Opep+, têm implementado desde janeiro um acordo para cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia, visando apoiar o mercado.
O acordo vai até março de 2020 e os produtores deverão se encontrar entre 5 e 6 de dezembro para reavaliar sua política.
"O mecanismo da Opep+ mostrou que é eficiente, mas não é infinitamente eficiente", disse Sorokin, de acordo com a TASS.
"Se você olhar a produção dos EUA, você também verá uma desaceleração significativa no crescimento da produção nos últimos três ou quatro meses", afirmou ele.
Um "boom" de produção de petróleo "shale" nos EUA, liderado pelo crescimento no Texas e na Dakota do Norte, ajudou a tornar os EUA o maior produtor de petróleo do mundo, à frente da Arábia Saudita e Rússia.
Mas a taxa de crescimento tem diminuído neste ano, à medida que empresas norte-americanas de energia reduziram o número de sondas de perfuração ativas e avançaram com planos de cortes de investimentos neste ano.
Os Estados Unidos não fazem parte do acordo global da Opep+ para redução da oferta.
(Por Maria Kiselyova)