São Petersburgo (Rússia), 19 jun (EFE).- O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, e seu colega da Grécia, Panagiotis Lafazanis, assinaram nesta sexta-feira em São Petersburgo um memorando para ampliar para o território grego o gasoduto Turkish Stream com gás russo.
"Com a assinatura deste memorando, culminamos um trabalho de muitos meses para traçar o gasoduto através do território grego. Este gasoduto terá um papel estabilizador em toda a região. A realização do projeto não aponta contra ninguém, mas une todas as regiões pelas quais vai passar", disse Lafazanis.
A assinatura acontece dentro do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, onde o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se reunirá hoje com o presidente russo, Vladimir Putin, em um momento crucial das negociações da Grécia com seus credores internacionais.
Novak destacou que, com a assinatura deste documento, a cooperação entre os dois países "alcança um novo nível" e acrescentou que o memorando contempla a criação de uma companhia com participação de 50% para cada parte.
"A companhia conjunta executará a construção do gasoduto em território grego", que em seu traçado pelo país se chamará "gasoduto da Europa do Sul", disse o ministro russo na cerimônia da assinatura do acordo.
As obras, que tem custo total estimado em 2 bilhões de euros, começarão previsivelmente no próximo ano e terminarão em 2019, segundo o ministro de Energia da Rússia.
Novak anunciou que a Rússia se antecipará à parte grega no financiamento do gasoduto devido aos problemas econômicos que Atenas vem passando.
Lafazanis declarou há dias que, se o governo grego não alcançar um acordo com seus sócios europeus, isso não seria "o fim", já que a Grécia tem "outras opções" e a possibilidade de uma injeção de capital a partir de 2019, por parte da Rússia, em conceito de antecipação sobre os lucros futuros advindos do "Turkish Stream".
A Rússia anunciou o projeto de um novo gasoduto através do Mar Negro até o território turco após renunciar ao South Stream, que forneceria gás russo a países europeus como Itália, Áustria e Hungria através da Bulgária.
Em fevereiro, Alexei Miller advertiu que a União Europeia tem um prazo de dois anos, no máximo, para conectar sua rede de gasodutos com a fronteira greco-turca e que "não há outras opções" sobre a mesa, já que o trânsito através da Ucrânia está descartado assim que vencer o atual contrato.