SÃO PAULO (Reuters) - A produção de café do Brasil na temporada 2016/17, cuja colheita está começando de forma antecipada, deverá atingir 56,4 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 12 por cento ante a temporada anterior, com o tempo ajudando na recuperação da safra de arábica, de acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado.
A produção de café arábica atingirá 42,8 milhões de sacas, ante 36,9 milhões na safra anterior, enquanto a colheita de café robusta somará 13,6 milhões de sacas, leve alta de 200 mil sacas na comparação com o resultado de 2015, segundo os números do analista Gil Barabach.
"O que está puxando a safra para cima é justamente o arábica. Pode ter outra surpresa do conilon (robusta), pode ser que fique menor. O Espírito Santo está trabalhando com quebra", afirmou Barabach à Reuters, referindo-se à seca que atinge a produção do principal Estado produtor de café robusta.
Ele disse que a colheita de café robusta em Rondônia e no Espírito Santo já está em andamento, embora em estágio inicial nas terras capixabas. Destacou ainda que a colheita do arábica, que normalmente começa depois, será antecipada este ano em função de floradas precoces no ano passado. Algumas áreas já registram colheita.
"Outras regiões (de robusta) tiveram um pouco de aumento (na produção), que compensa o Espírito Santo, mas vai ser outro ano de oferta baixa de conilon no Brasil", disse ele, lembrando que no ano passado os preços da variedade reagiram à menor oferta.
De outro lado, a produção de arábica ficará perto do recorde registrado em 2012/13, quando atingiu 57,1 milhões de sacas, na avaliação da Safras, mas ainda abaixo do potencial.
"Em compensação, a situação do arábica é inversa, o clima foi muito favorável... Uma safra que volta à normalidade após dois anos de frustração. Deve ser uma safra cheia de novo, não em cima do potencial, mas volta a ser grande, com o clima contribuindo com a granação do café", declarou.
Em 2013/14, a safra no maior produtor e exportador global de café também foi grande, um pouco acima de 56 milhões de sacas.
"Esses dois anos (12/13 e 13/14) é que garantiram a exportação nos últimos anos de safra baixa", completou.
(Por Roberto Samora)