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Sergio Margulis: 'Subsídio à gasolina é perverso'

Publicado 21.02.2023, 06:00
Atualizado 22.02.2023, 11:07
© Reuters Sergio Margulis: 'Subsídio à gasolina é perverso'

O governo Lula precisa acabar com o subsídio à gasolina no próximo dia 28, quando termina a prorrogação da isenção dos tributos federais, alerta o matemático Sergio Margulis, economista-chefe do movimento "Convergência pelo Brasil", que une ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central na defesa da necessidade de levar a conservação do meio ambiente para política econômica.

Ao Estadão, Margulis, que foi economista de meio ambiente do Banco Mundial por 22 anos, afirma que o Brasil tem de "botar o pé no acelerador" na agenda climática para aproveitar a sua vantagem comparativa no processo de descarbonização da economia. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Em 2020, a Convergência pelo Brasil publicou uma carta em defesa de uma retomada econômica verde e do fim do desmatamento, após críticas de investidores internacionais ao governo Bolsonaro. O que muda com Lula?

A questão da sustentabilidade está entrando na agenda de todo mundo: governo, setor privado e das pessoas. Achávamos que precisávamos de um diálogo com os reais tomadores de decisão da área econômica. Governo, federações, como a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), têm de estar imbuídos da questão da sustentabilidade. A ideia da Convergência é manter um diálogo com o setor econômico fundamentalmente e trazer a questão da sustentabilidade para o debate. Discutir as vantagens comparativas do Brasil e pensar caminhos do que precisa ser feito de política pública para aproveitá-las.

Qual a estratégia agora?

No governo passado era difícil. Não tinha diálogo, ou muito pouco. O que mais ou menos sobreviveu (de diálogo) foi com o Banco Central, que adotou normativas interessantes. A ideia é ter uma conversa inicial (com o novo governo), e vimos que a própria estrutura dos ministérios já contempla secretarias "verdes" ou algo equivalente. Há espaços de diálogos muito interessantes.

Como avalia a posição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nessa área?

O discurso dele é muito bom na linha de apoio à questão ambiental. Mas, como em todo e qualquer governo, tem gente que acha que não é tão importante assim. Vamos ver na prática. O que é mais imediato é acabar com o desmatamento. Tem de ter desmatamento zero. Haddad já começa com uma boa sinalização de que está na agenda dele. Ele vai sentar no Fundo Monetário Internacional, no BID, no Banco Mundial, no G-20. Qual é a agenda? A conversa é clima já na saída. Não tem como não ter isso na agenda do ministro.

O sr. acredita na eficácia de uma política transversal, envolvendo muitos ministérios, para a solução de problemas ambientais?

Vai ter de ter. As ameaças do clima colocam um risco muito sério. Não é brincadeira, e não à toa o FMI só fala disso. É um assunto que preocupa as grandes economias. É muita incerteza para ignorar e achar que tem mais tempo. Não tem mais tempo. Nesse lado, sou muito pessimista e preocupado. Está se fazendo muito pouco. O Brasil tem de botar o pé no acelerador, tem de puxar essa agenda, porque é do interesse do País. A China terá de fazer um esforço absolutamente inacreditável para descarbonizar a sua economia. O Brasil, não. O esforço do Brasil é muito menor. Se o Brasil força a antecipação das metas, o que é fundamental para o planeta, isso tem interesse econômico direto. Vamos pisar no acelerador. O governo Bolsonaro não tinha essa leitura. Ele queria dinheiro dos países ricos para descarbonizar. Não entendeu nada.

Faz sentido o governo manter o subsídio da gasolina e do diesel, combustíveis fósseis, como quer a ala política?

Sou completamente contra subsidiar a gasolina. Subsidiar o diesel pode até conversar, mas a gasolina, nem pensar. Está se privilegiando proprietários de automóveis. E a maioria esmagadora das pessoas que consomem gasolina não precisa de subsídio. E é uma opção ter automóvel. É o tipo de subsídio perverso. Quanto mais ficarmos incentivando o uso de combustível fóssil, mais estaremos na contramão na sustentabilidade ambiental.

O custo de manter o subsídio da gasolina é de quase R$ 30 bilhões até o final do ano. É um desperdício?

Poderia ser utilizado em outras políticas de preservação do meio ambiente ou transporte público. Quanto existe hoje de renúncia fiscal, incentivo e subsídios à indústria do petróleo? Segundo o Insper, R$ 125 bilhões em 2020, 2% do PIB! Se o governo fizer uma lista do que faz a favor direta ou indiretamente do aumento do combustível fóssil, verá que é um absurdo, (um valor) muito alto. A Petrobras (BVMF:PETR4) ainda está muito atrasada nessa área?

Nesses últimos quatro anos, foi um atraso da agenda ambiental. A Petrobras não teve manifestação nessa questão. Ao contrário, fugiu de investimento, de pesquisas, de avançar no tema, de ter uma definição. No mundo inteiro, todas as empresas petrolíferas, mesmo da Arábia Saudita, olham para novas fontes de energia renováveis. Estão deixando de ser empresas petrolíferas e virando empresas de energia. Elas que estão puxando essa agenda. E a Petrobras está muito atrasada. A Marina Silva (ministra do Meio Ambiente) tem um discurso avançado, mas quando você entra na Petrobras, por exemplo, é um discurso mais pesado. Gostaria de ver algo mais arrojado, mais definido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

"O CÍRCULO NEGRO" - Repórter confunde diminuição de carga tributária com subsídio e informa um "custo" de 30 bilhões anuais! A Petrobras não recebe um centavo desses " 30 bilhões",  mas mesmo assim o matemático diz que a Petrobrás esta atrasada mesmo com subsídios ao setor do petróleo! Atrasada em que? Quer voltar a cobrar 30  bilhões para compensar 125 bilhões ... e se diz "matemático"! Não sabe fazer conta! A conta é menos 30 bilhões e menos 125 bilhões pela "lógica" dele e do ponto de vista do pagador de impostos (tributos nos caso)!
Esquerda de Iphone.
Quem compra arroz e feijão não tem que pagar gasolina de quem está andando de carro, simples assim! Que use o subsídio somente no diesel.
se a gasolina fica barata.. ela acaba comprando outra coisa e isso melhora o comércio e gera mais renda e impostos.. óbvio q o diesel é o mais recomendado por causa do frete.. mas a gasolina tem suas vantagens e não pode ser ignorada..
lamento.. não fui claro no comentário acima.. me refiro se o preço da gasolina cair.. a diferença que o consumidor vai pagar, ele pode usar esse dinheiro pra gastar em outra coisa e isso melhora o comércio..
 hahahahahah. Kain Kain é pago so para responder o bombeiro Aristides??? Fica o dia correndo atrás do Bombeiro??? hahahahahah. SENSSACIONAL!!! Por essa não esperava, tenho um seguidor!!! !hahahahahaha
Isso é um ignorante...quem anda de carro não é só necessariamente quem tem carro. O pobre que mora nos sítios diversos rincoes do país tem q pagar condução de carro para se deslocar para suas necessidades nas cidades, sem se falar q muitos pobres têm uma moto. enfim o preço dos alternativos e mototáxis sobem com o aumento da gasolina... esse nunca morou no interior.
Eles acreditam que todo o Pais esta bem servido por transporte publico , que ter carro é sonente um luxo. Sem comentários. Gastar energia com esta visão é perda de tempo
Comunistas querendo quebrar a petro
Vá pro inferno.
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