PARIS (Reuters) - As exportações de trigo da União Europeia para a China devem atingir cerca de 1 milhão de toneladas nesta temporada, impulsionadas por um aumento nas vendas francesas, após disputas comerciais internacionais permitirem que o bloco embarcasse parte de sua grande safra de 2019, disseram fontes do mercado de grãos.
A China é a maior produtora mundial de trigo, mas ainda assim importa milhões de toneladas do cereal por ano para atender às suas necessidades.
O país raramente adquire trigo da UE, em parte devido aos custos de frete marítimo, mas uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos, além de tensões com Austrália e Canadá, forçaram a China a buscar o produto em outro lugar.
Dessa forma, a UE exportou 727 mil toneladas de trigo para a China entre o início da temporada 2019/20 (em 1º de julho) e o dia 15 de dezembro, contra 131 mil toneladas durante toda a temporada 2018/19 e volumes desprezíveis nas quatro temporadas anteriores, de acordo com dados oficiais do bloco.
A França, maior exportadora de trigo da UE, já embarcou 600 mil toneladas do cereal para a China nesta temporada, segundo dados portuários.
Operadores na Europa e na China afirmam que 800 mil toneladas de trigo para moagem podem ser embarcados pela França no total, além de um valor entre 240 mil e 260 mil toneladas de países do Báltico, em especial a Lituânia.
"A China teve um problema com o trigo norte-americano, australiano e canadense, e por isso recorreu à oferta europeia", disse um operador.
(Por Gus Trompiz em Paris, Michael Hogan em Hamburgo e Hallie Gu em Pequim)