Trump diz que EUA "obliteraram" instalações nucleares do Irã, que diz reservar "todas as opções" para se defender

Publicado 22.06.2025, 12:11
Atualizado 22.06.2025, 12:15
© Reuters. Donald Trump na Casa Brancan 20/6/2025   REUTERS/Carlos Barria

Por Parisa Hafezi e Phil Stewart e Maayan Lubell

ISTAMBUL/WASHINGTON/JERUSALÉM (Reuters) - O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os Estados Unidos "obliteraram" as principais instalações nucleares do Irã em ataques realizados na véspera com enormes bombas destruidoras de bunkers, juntando-se a um ataque israelense em uma nova e significativa escalada do conflito no Oriente Médio.

Teerã prometeu se defender e respondeu com uma saraivada de mísseis contra Israel que feriu dezenas de pessoas e destruiu prédios no centro comercial de Tel Aviv.

No entanto, talvez em um esforço para evitar uma guerra total com a superpotência, o país ainda não cumpriu suas principais ameaças de retaliação -- atacar as bases dos EUA ou sufocar um quarto dos carregamentos de petróleo do mundo que passam por suas águas.

Trump, em um discurso televisionado para o povo norte-americano, chamou os ataques de "sucesso militar espetacular" e alertou Teerã contra a retaliação, dizendo que enfrentará ataques mais devastadores se não concordar com a paz.

O Irã, que respondeu à súbita investida de Israel em seu aparato nuclear e militar desde 13 de junho com mísseis disparados contra cidades israelenses, chamou o ataque dos EUA de uma grave violação da lei internacional que terá "consequências duradouras".

"O Irã se reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo", escreveu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, em uma publicação em rede social, destacando que os ataques israelenses e norte-americanos ao país ocorreram apesar das conversas em andamento entre Washington e Teerã.

Os ataques dos EUA, com bombas destruidoras de bunkers e mísseis Tomahawk, colocam o Oriente Médio à beira de uma nova conflagração de grandes proporções em uma região já em chamas há mais de 20 meses, com guerras em Gaza e no Líbano e a derrubada de um ditador na Síria.

Há muito tempo, Israel afirma que seu objetivo é destruir o programa nuclear do Irã. Mas somente os EUA possuem as enormes bombas de 30.000 libras -- e os enormes bombardeiros B-2 que as lançam -- projetadas para destruir alvos como a usina de enriquecimento de urânio mais sensível do Irã em Fordow, construída sob uma montanha.

Durante os últimos nove dias de guerra, Israel matou grande parte da liderança militar do Irã e falou em continuar até derrubar os governantes clericais da República Islâmica.

Trump oscilou entre oferecer o fim da guerra com a diplomacia ou juntar-se a ela, chegando a pensar publicamente em matar o líder supremo do Irã. Sua decisão final de entrar na luta é a maior aposta de política externa de sua carreira.

Ainda assim, ele manteve a perspectiva de evitar um conflito mais amplo se o Irã aceitasse as exigências. O futuro do Irã é de "paz ou tragédia" e "se a paz não vier rapidamente, iremos atrás de outros alvos", disse ele. A CBS News noticiou que Washington havia entrado em contato com Teerã para dizer que não tinha como objetivo uma mudança de regime.

Falando em Istambul, Araqchi disse que Teerã está ponderando suas opções de retaliação e que considerará a diplomacia somente depois de realizar sua resposta.

"Os EUA mostraram que não respeitam a lei internacional. Eles só entendem a linguagem da ameaça e da força", disse ele.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, parabenizou Trump por uma "decisão ousada". O líder da oposição israelense, Yair Lapid, também elogiou Trump, dizendo que o mundo agora é um lugar mais seguro.

Imagens de satélite da área montanhosa que cobre a usina subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow, obtidas pela Reuters, parecem mostrar alguns danos após os ataques dos EUA e possíveis danos às entradas próximas.

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