UE reage com cautela à proibição do ouro russo e a limite para preço do petróleo

SCHLOSS ELMAU, Alemanha (Reuters) - A União Europeia deu uma resposta cautelosa neste domingo aos planos de outros membros do G7 de proibir as importações de ouro russo e disse que precisa de mais certeza antes de apoiar uma iniciativa dos EUA para limitar o preço do petróleo russo.

Líderes do G7 se reuniam no sul da Alemanha neste domingo para uma cúpula de três dias, destinada a mostrar sua resposta unida à invasão da Ucrânia pela Rússia há quatro meses.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi cauteloso sobre um plano de Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Canadá para proibir as importações de ouro russo recém-extraído ou refinado.

"Sobre o ouro, estamos prontos para discutir mais detalhes e ver se é possível atingir o ouro de uma maneira que atinja a economia russa e não de uma maneira que tenha como alvo nós mesmos", disse Michel, que preside as cúpulas da UE, durante uma coletiva de imprensa quando os líderes do G7 chegaram.

A UE, que planeja proibir as importações da maior parte do petróleo russo a partir do final do ano, também tem reservas sobre a pressão dos EUA por um amplo teto de preço do petróleo ou "exceção de preço" para restringir a receita de energia de Moscou.

Uma exceção de preço poderia funcionar por meio de um mecanismo para restringir ou proibir seguro ou financiamento para embarques de petróleo russo acima de um determinado valor. Poderia evitar efeitos colaterais para países de baixa renda que estão lutando com altos custos de alimentos e energia.

Michel disse que os líderes do G7 discutirão um mecanismo técnico que tenha o efeito de um teto de preço do petróleo por meio de serviços relacionados ao petróleo e seguro de exportação.

"Sou cuidadoso e cauteloso, estamos prontos para discutir detalhes. Estamos prontos para tomar uma decisão junto com nossos parceiros, mas queremos ter certeza de que o que decidirmos terá um efeito negativo (na Rússia) e não um efeito negativo para nós mesmos", disse Michel.

(Reportagem de Philip Blenkinsop e Thomas Escritt)