Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, argumentou na terça-feira que vem cumprindo as promessas de campanha em seus dois primeiros meses no cargo, uma tentativa de virar a página de uma série de polêmicas que vêm atormentando seu governo.
Em um discurso diante do Comitê Nacional Republicano do Congresso, Trump pontuou seus comentários com piadas, debochou de seus críticos e demonstrou esperança de que a proposta de reformulação do sistema de saúde que apoia irá sobreviver a uma votação na Câmara dos Deputados na quinta-feira.
"Estamos indo bem", disse Trump a respeito de seus esforços para persuadir os parlamentares a aprovarem a legislação. "Acho que teremos algumas grandes surpresas. Torço para que tudo dê certo".
Os primeiros 60 dias de Trump na Casa Branca foram dominados por polêmicas, da demissão de seu conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, a tuítes nos quais acusou seu antecessor, Barack Obama, de grampear a Trump Tower, acusação que, na segunda-feira, o diretor do FBI, James Comey, declarou não ter fundamento.
O índice de aprovação de Trump caiu para 37 por cento, de acordo com uma pesquisa Gallup desta semana.
Mas o líder viu o copo meio cheio em seu discurso, dizendo que adotou medidas para fortalecer a fronteira norte-americana com o México e que está determinado a iniciar uma reforma tributária e fazer um acordo para financiar a infraestrutura assim que reformular a lei do sistema de saúde.
Trump disse que seu empenho na revisão dos impostos corporativos visa abrir caminho para as empresas que lucram no exterior repatriarem entre 3 e 5 trilhões de dólares.
"O povo americano nos deu instruções claras. É hora de se ocupar, de trabalhar e fazer o serviço", disse Trump.
O evento arrecadou o recorde de 30 milhões de dólares para os comitês que ajudam a pagar as campanhas eleitorais do Senado e da Câmara, mais que os 20 milhões arrecadados no mesmo evento do ano passado.
Trump se referiu a uma das polêmicas nas quais está envolvido: sua tentativa de impedir temporariamente a entrada de pessoas de vários países de maioria muçulmana no país. Dois decretos que elaborou com este fim foram rejeitados nos tribunais.
"As cortes não estão nos ajudando, tenho que ser honesto com vocês", afirmou. "É ridículo. Alguém disse que eu não deveria criticar juízes. Tudo bem, vou criticar juízes".