SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização antecipada de soja da safra nova (2020/21) no Brasil avançou para 33,1% até o dia 5 de junho, um salto de mais de 20 pontos percentuais em relação à média histórica para o período, de 9,6%, impulsionada pelo câmbio e demanda firme para exportação, disse a consultoria Datagro nesta quarta-feira.
As negociações avançaram cinco pontos percentuais na variação mensal, ante os 28,2% registrados no levantamento divulgado em maio e também superam a marca de 14,5% vista no mesmo intervalo de 2019/20.
Considerando a projeção de produção da safra nova de 128,90 milhões de toneladas, a Datagro estima que o volume comercializado pelos produtores brasileiros até o momento é de 42,64 milhões de toneladas.
"A forte melhora das cotações, gerada especialmente por nova elevação da taxa de câmbio, combinada com prêmios de exportação firmes, fez com que os produtores mantivessem o interesse de venda", disse em nota o coordenador da área de grãos da Datagro, Flávio de França Júnior.
Ele destacou também que a demanda dos compradores da oleaginosa segue elevada, principalmente no mercado externo.
Neste contexto, a comercialização da safra atual de soja, 2019/20, no Brasil atingiu 87,5% da produção esperada até 5 de junho, avanço de quase sete pontos percentuais ante o último relatório.
O volume comercializado supera o recorde de 76,8% para o período registrado em 2016. A média de vendas dos últimos cinco anos é de 69,5% e em 2019 os negócios estavam em 69,7% da produção nesta época.
No maior Estado produtor de soja no país, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou na segunda-feira que a comercialização da safra 2020/21 até maio já superava 40% e estava 27 pontos percentuais acima da média histórica para o período. [nL1N2DL1T0]
MILHO
No milho, as vendas da segunda safra 2019/20 avançaram para 62% no centro-sul do país, segundo levantamento da consultoria, acima da média dos últimos cinco anos de 52% e do mesmo período do ano anterior (54%), mas abaixo da venda recorde registrada em 2016 (67%). No último mês, a comercialização estava em 56%.
Para o cereal cultivado no verão de 2019/20, a comercialização atingiu 77% da produção esperada até 5 de junho, ante 63% em 2019 e 66,4% na avaliação divulgada em maio.
"O fluxo fica acima da média dos últimos cinco anos de 60%, permanecendo um recorde para o período", ressaltou a Datagro.
A consultoria ainda disse que o ritmo de vendas da safrinha está um pouco menor do que o verificado na safra de verão por conta das preocupações com o impacto do clima irregular em parte do cinturão produtivo.
(Por Nayara Figueiredo)