SÃO PAULO (Reuters) - As vendas da atual safra de café do Brasil (2023/24) atingiram 32% do total da produção prevista para o país até o dia 11 de julho, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.
O percentual de vendas é inferior a igual período do ano passado (39% da safra) e está também abaixo da média normal para o período (38%).
Segundo o consultor Gil Barabach, o aumento da disponibilidade física com um maior volume colhido favorece vendas, mas o produtor ficou assustado com o tombo no preço e acabou se retraindo.
"O fato é que a bebida boa do Sul de Minas acumula perdas nominais de 18% nos últimos 30 dias, diante da pressão com a chegada de safra 2023. E o resultado produtivo acima do esperado reforça a ideia de uma safra cheia, especialmente de arábica, elevando o efeito sazonal contra as cotações", disse em nota.
A consultoria estima que produtores já negociaram 21,32 milhões de sacas de uma safra 2023/24 estimada em 66,65 milhões de sacas.
As vendas do café arábica alcançaram 30% da produção, abaixo de igual período do ano passado e da média de cinco anos, ambas em 39%.
No caso do conilon e robusta, "o avanço da colheita e a acomodação na curva de preços externa do robusta no terminal de Londres acabaram trazendo mais vendedores ao mercado, o que explica o bom andamento das vendas ao longo do último mês".
A comercialização gira em torno de 35% da safra 2023, ainda ligeiramente abaixo dos 37% de igual período do ano passado e aquém da média de cinco anos em 38%.
(Por Roberto Samora)