Por Trevor Hunnicutt
(Reuters) - A campanha de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos e seus aliados do Partido Democrata criticaram a resposta do presidente Donald Trump ao coronavírus, apostando que a questão será fundamental para os eleitores norte-americanos em novembro.
Semanas atrás, os democratas pisavam em ovos enquanto Trump estava nos holofotes comandando os pronunciamentos diários sobre o vírus, hesitantes para evitar não parecer muito partidários enquanto a pandemia avançava cobrando seu preço sobre os empregos e saúde dos americanos.
Agora democratas acreditam que semanas de performances não-filtradas de Trump na imprensa fizeram mais mal do que bem para o presidente republicano que busca a reeleição em 3 de novembro, e a resposta agressiva parece expor o que eles vêem como uma condução errônea da crise.
A campanha de Biden acusa Trump de cometer "um dos piores erros políticos que um presidente já fez em nossa história". Novos anúncios de campanha em Estados decisivos dizem que Trump fracassou ao não agir contra o coronavírus, que agora infectou mais de 977 mil americanos e matou mais de 55 mil, e afirmam que ele teria confiado demais na China durante a pandemia.
"Isso nos deu uma questão que é unificadora", disse Bradley Beychok, presidente da American Bridge 21st Century, um grupo democrata que financia algumas propagandas de campanha.
Mais eleitores registrados dizem que apoiariam Biden, virtual candidato democrata, contra Trump, indicando o democrata com 47% ante 39% de Trump, segundo pesquisa Reuters/Ipsos da semana passada. A liderança de Biden cresceu mesmo após o coronavírus forçou o isolamento do candidato em sua casa em Delaware, onde ele realizou pronunciamentos pouco noticiados.
Mas os eleitores estão mais divididos quando perguntados sobre a crise de Saúde. A pesquisa Reuters/Ipsos descobriu que 52% dos americanos disseram que Biden era mais preparado para liderar a resposta ao coronavírus, enquanto 48% preferiam Trump. O republicano, no entanto, tinha uma vantagem de 53% a 47% quando o público foi perguntado sobre quem era o melhor para administrar a economia norte-americana.
Trump viu apenas um pequeno aumento em sua taxa de aprovação em relação à crise e alguns de seus conselheiros estão preocupados com seus indisciplinados pronunciamentos.
Pesquisas internas conduzidas pelo grupo político Priorities USA, favorável ao ex-vice-presidente e candidato Biden, mostram que, embora o país continue profundamente dividido em linhas partidárias, há sinais de que mais pessoas relacionam Trump e seu gerenciamento de crise aos primeiros pronunciamentos na Casa Branca como uma demonstração de sua liderança na questão.
"Inicialmente as entrevistas coletivas que eles estavam fazendo podem ter beneficiado o presidente, pois as consequências de suas ações não estavam claras e presentes", disse Guy Cecil, presidente do Priorities. "Um mês se passou e agora estamos com mais de 50 mil mortos".
((Tradução Redação São Paulo; + 55 11 5644-7712))
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